ATA DA CENTÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 08.12.1995.
Aos oito dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e noventa e
cinco reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quinze minutos foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio
Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Darci Campani,
Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Geraldo de Matos
Filho, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João
Dib, João Motta, João Verle, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do
Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Ruas,
Reginaldo Pujol, Wilton Araújo. Constatada a existência de "quorum",
o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem
distribuídas em avulsos cópias das Atas da Décima Terceira Sessão
Extraordinária e da Trigésima Segunda Sessão Solene, que foram aprovadas. À
MESA foram encaminhados: pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 02 Projetos de Lei do
Legislativo nºs 151 e 152/95 (Processos nºs 2533 e 2534/95) e 08 Pedidos de
Providências; pelo Vereador Isaac Ainhorn, 02 Emendas nºs 14 e 21 ao Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 21/95 (Processo nº 1896/95) e 01 Pedido de
Providências; pelo Vereador João Dib, 03 Pedidos de Informações nºs 183, 187 e
188/95 (Processos nºs 2537, 2568 e 2569/95), 01 Projeto de Lei do Legislativo
nº 149/95 (Processo nº 2520/95); pela Vereadora Maria do Rosário, 01 Pedido de
Providências; pelo Vereador Paulo Brum, 01 Pedido de Providências e 01 Projeto
de Lei do Legislativo nº 150/95 (Processo nº 2526/95); pelo Vereador Wilton
Araújo, 01 Pedido de Informações nº 186/95 (Processo nº 2553/95). Ainda, foram
apregoados: o Projeto de Resolução nº 47/95 (Processo nº 2624/95), da Mesa, e
os Ofícios nºs 638 e 639/GP, do Senhor Prefeito Municipal. Do EXPEDIENTE
constaram: Ofícios nºs, 390/95, do Deputado Paulo Vidal, 396/95, da Subchefia
da Casa Civil do Estado, 2288/95, do Presidente da Câmara Municipal de Tupã,
São Paulo, 3766/95, do Presidente da Câmara Municipal de Marília, São Paulo;
Fax, da Presidência do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região; Telegrama,
da Deputada Maria do Carmo Teixeira Bueno. A seguir, nos termos do artigo 100
da Lei Orgânica Municipal, Tribuna Popular, o Senhor Presidente concedeu a
palavra aos Senhores Moacir Aguilar e Sérgio Guimarães, representantes do
Piquete Alma Nobre de Cavalarianos de Porto Alegre que discorreram sobre a
Terceira Cavalgada Contra a Fome convidando todos a participarem e informando
sobre as dificuldades encontradas para a divulgação do referido evento.
Propugnaram por área destinada a atividades gauchescas na Capital. A seguir,
foi iniciado o período de PAUTA. Em Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 146, 147, 148, 127/95, este
discutido pelo Vereador Luiz Braz e 144/95, este discutido pelos Vereadores
Antonio Hohlfeldt e Clovis Ilgenfritz; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nºs 121, 142 e 140/95, este último discutido pelo Vereador
Reginaldo Pujol, o Projeto de Lei do Executivo nº 70/95, discutido pelo Vereador
João Dib, o Projeto de Resolução nº 44/95, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 10/93, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
28/95 e o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 105/94,
discutido pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Clovis Ilgenfritz; em 3ª Sessão,
o Projeto de Lei do Legislativo nº 133/95. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Antonio Hohlfeldt, referiu-se às reportagens do Jornal Zero Hora, acerca de
reclamações feitas pela Fundação Brigitte Bardot, sobre cães maltratados em
Porto Alegre, registrando terem sido confirmadas as denúncias da Senhora Vera
Lúcia Peroni de que a Universidade Federal do Rio Grande do Sul usa animais
para experiências. Também, falou sobre o descaso do Executivo Municipal acerca
do referido assunto. Após, em virtude da Licença de Gestante da Vereadora
Helena Bonumá e da impossibilidade do Suplente João Pirulito assumir a
titularidade no dia de hoje, o Senhor Presidente deu posse ao Suplente Antônio
Losada, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do
Consumidor e Direitos Humanos. A seguir, constatada a existência de
"quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na oportunidade, foi aprovada
a Licença para Tratar de Interesses Particulares do Vereador Décio Schauren, no
dia de hoje, dando posse, o Senhor Presidente, ao Suplente Ricardo Collar e
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação Cultura e
Esportes. Ainda, foram apregoadas as comunicações dos Suplentes Adroaldo Corrêa
e Mariza Abreu informando de suas impossibilidades em assumir a Vereança nesta
data. Das dez horas e doze minutos às dez horas e treze minutos os trabalhos
estiveram regimentalmente suspensos, sendo reabertos após constatada a
existência de "quorum". Na ocasião, foi aprovado Requerimento verbal
do Vereador Henrique Fontana, solicitando alteração na ordem de apreciação dos
Projetos constantes desta Ordem do Dia. A seguir, foram apregoadas as Emendas
de nºs 15 à 20 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 21/95. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado, com ressalva dos Destaques e da Emenda, o
Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Executivo nº 15/95, após ser discutido
pelos Vereadores Artur Zanella, Elói Guimarães, Wilton Araújo, Henrique
Fontana, Luiz Braz, e encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt,
João Dib e Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo Vereador Antonio
Hohlfeldt, por vinte e oito Votos SIM contra um Voto NÃO, tendo votado Sim os
Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão,
Clovis Ilgenfritz, Darci Campani, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães,
Fernando Záchia, Geraldo de Matos Filho, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa,
Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, João Verle, Lauro Hagemann, Luiz
Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Paulo
Brum, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo, Antônio Losada, Ricardo Collar, e votado
Não o Vereador João Dib. A seguir, foi rejeitado o destaque da expressão
"excluídas as despesas de custeio" do final do artigo 3º do
Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Executivo nº 15/95, solicitado pelo
Vereador Antonio Hohlfeldt e deferido pelo Senhor Presidente, considerando-se
retirado do texto, em votação nominal solicitada pelo Senhor Presidente, por
cinco Votos SIM contra vinte e três Votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, tendo votado Sim
os Vereadores Artur Zanella, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães,
Wilton Araújo, votado Não, Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão,
Clovis Ilgenfritz, Darci Campani, Fernando Záchia, Geraldo de Matos Filho,
Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta,
João Verle, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário
Fraga, Milton Zuanazzi, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Antônio Losada e Ricardo
Collar, tendo optado pela Abstenção o Vereador João Dib. A seguir, foi aprovado
o destaque, solicitado pelo Vereador Isaac Ainhorn, do item 10 do Quadro Anexo
nº 01 do Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Executivo nº 15/95, após ser
encaminhado à votação pelos Vereadores Isaac Ainhorn e Henrique Fontana,
considerando-se mantido no texto, em votação nominal solicitada pelo Vereador
Antonio Hohlfeldt, onde obteve vinte e um Votos SIM, cinco Votos NÃO e uma
ABSTENÇÃO, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clênia
Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Darci Campani, Edi Morelli, Fernando Záchia,
Geraldo de Matos Filho, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana,
João Motta, João Verle, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Mário
Fraga, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Antônio Losada, Ricardo Collar, Não os
Vereadores Artur Zanella, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Isaac Ainhorn,
Milton Zuanazzi, tendo optado pela Abstenção o Vereador João Dib. Em
prosseguimento, foi aprovada a Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01 ao Projeto de
Lei do Executivo nº 15/95. Na oportunidade, foi deferido pelo Senhor Presidente
Requerimento do Vereador Lauro Hagemann solicitando a retirada da Emenda nº 20
ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 21/95. Em Discussão Geral e
Votação, após ser discutido pelos Vereadores Artur Zanella, Reginaldo Pujol e
Luiz Braz e após ser encaminhado à votação pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, foi
aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 01/95, com ressalva da
Mensagem Retificativa a ele aposta que, logo após, foi aprovada. A seguir,
foram aprovadas as Emendas nºs 01 e 03 ao Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 01/95, sendo rejeitada a Emenda nº 02 aposta a este mesmo Projeto.
Na ocasião, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador João Dib solicitando
alteração na ordem da matéria constante nesta Ordem do Dia. Em Discussão Geral
e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 83/95. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 100/95. Em
Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado, por vinte e nove Votos SIM, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 107/95, votando os Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Darci Campani,
Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Geraldo de Matos
Filho, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João
Dib, João Motta, João Verle, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário
Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol,
Wilton Araújo, Antônio Losada, Ricardo Collar. A seguir, foi aprovado
Requerimento do Vereador Paulo Brum solicitando o adiamento por duas Sessões da
discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 109/95. Na ocasião, o Senhor
Presidente apregoou a Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 112/95,
de autoria do Vereador João Dib, sendo, logo após, aprovado Requerimento deste
mesmo Vereador solicitando a dispensa do envio da referida Emenda às Comissões.
Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
112/95, com ressalva da Emenda nº 01 que, logo após, foi aprovada. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 41/95. Em Discussão
Geral e Votação, após ser discutido pelo Vereador Artur Zanella, foi aprovado,
em verificação de votação solicitada pelo Vereador Reginaldo Pujol, por
dezenove Votos SIM e dois Votos NÃO, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo n º 25/94, com ressalva das Emendas, votando Sim os
Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Darci Campani,
Dilamar Machado, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, Isaac
Ainhorn, João Motta, João Verle, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário,
Milton Zuanazzi, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Antônio Losada, Ricardo Collar e
Não os Vereadores Edi Morelli e João Dib. Em prosseguimento, foram aprovadas as
Emendas de nºs 01 a 08 apostas ao Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 25/94. A seguir, o Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 21/95 foi discutido pelos Vereadores Edi Morelli, Artur
Zanella, Milton Zuanazzi e Maria do Rosário. Às treze horas e dezessete
minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelos Vereadores Airto Ferronato, Mário Fraga, Edi Morelli e
Geraldo de Matos Filho e secretariados pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz,
Wilton Araújo e Mário Fraga, este como Secretário "ad hoc". Do que
eu, Clovis Ilgenfritz, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata
que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo
Senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Airto Ferronato): Passamos à
TRIBUNA POPULAR
O Sr. Moacir Aguilar,
representando o Piquete Alma Nobre de Cavalarianos de Porto Alegre, está com a
palavra pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. MOACIR
AGUILAR: Bom
dia a todos os Vereadores. O Piquete Alma Nobre é um piquete de cavalarianos
que foi feito para eventos onde a cidadania se faz presente. Estamos já há três
anos em luta, ganhamos e perdemos muitos amigos quando começamos a fazer uma
cavalgada contra a fome. Todos sabem que quando gaúcho se une, normalmente, é
para chimarrão, churrasco e fandango. A idéia do piquete é exatamente o
contrário, é deixar de fazer um dia isso e lembrarmos daqueles que nunca
tiveram isso um dia.
Estamos aqui hoje com a 3ª
Cavalgada Contra a Fome e é uma dificuldade chegarmos ao público e divulgarmos
esse Evento. Estivemos aqui na Câmara pedindo xerox, fomos bem recebidos e a
partir de ontem passamos a distribuir esses panfletos e felizmente vamos
concluir essa cavalgada com um show muito grande no Clube Farrapos.
Nós também temos um projeto
para criar uma pista de eventos em Porto Alegre, já que se discute tanto pista
de eventos na Câmara, temos acompanhado, todos os dias se discute pista de
eventos, só que se esqueceram que nós gaúchos dentro da Cidade de Porto Alegre
não temos um local para tiro de laço que é a maior prova de qualquer tipo de
rodeio. Qualquer gaúcho de Porto Alegre tem que sair de Porto Alegre para ver
uma prova de tiro de laço. Nós precisamos de uma área para mostrar ao turista
que Porto Alegre é considerada a Capital do Gaúcho. Alguém pode pensar que é
Uruguaiana ou Bagé, mas não. É Porto Alegre.
Nós estamos com o projeto
pronto e isso vai ser apresentado à Câmara para que possa fazer uma área de
turismo totalmente gaúcha. Nesse local nós teríamos cocheiras de aluguel para
cavalos para aqueles que têm condições de tê-los e esse lucro reverteria para
uma escola de pião, onde seriam tirados os meninos das ruas de Porto Alegre,
colocando-os para trabalhar em sítios e no próprio "Jockey Club",
onde a mão-de-obra é carente. Dá para sentar e estudar o caso. Dentro de 6
meses ou 1 ano, nós teríamos condições de tirar todos meninos das ruas de Porto
Alegre. Basta querer. Se acham interessante, o Projeto está montado.
Temos condições de conversar
e trocarmos muitas idéias. Em cinco minutos não é possível explicar esse
Projeto que já venho há anos escrevendo. Não precisa R$ 1,00 de ninguém. Basta
só querer. Ele é auto-sustentável totalmente. Não tem uma criança de rua que
não se reverencie, quando nós passamos a cavalo, sendo ele mendigo, assaltante,
rico ou quem for. Por que não usarmos o cavalo para atrairmos essa criança e ensinarmos
a ela que juntos nós temos condições de ensiná-la a tratar esse cavalo e
colocá-la em um sítio ou numa fazenda, onde ela terá escola, alimentação e
tudo?
A idéia é boa, basta ter
alguém que me apóie ou que possamos conversar para chegarmos a uma conclusão de
tudo isso.
Meu tempo está esgotando,
mas a idéia do piquete é essa, temos algumas outras; inclusive, temos um
telefone: 290.90.90, número cedido pela CRT - Telefone Inteligente - para
entrar com o Projeto de Disque Denúncia que é contra a prostituição infantil.
Não adianta só discutir a Lei, tem que ir em cima e resolver o problema em 24
horas. Esse Projeto também está pronto, podem ligar para confirmar: 290.90.90 e
discutirmos também sobre isso. Muito obrigado. Tenho os panfletos da cavalgada que
distribuirei a todos e quem sabe encontramos algum amigo. Vai ter chimarrão
para todos e nós trocaremos esse idéia melhor ainda. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Sr. Sérgio Guimarães, também representando o Piquete Alma Nobre de
Cavalarianos de Porto Alegre, que está com a palavra.
O SR. SÉRGIO
GUIMARÃES:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, bom dia, minha missão, hoje, aqui, juntamente
com o Piquete Alma Nobre, é convidá-los para participar da 3ª Cavalgada contra
a Fome e pela Vida, de Porto Alegre. E como o companheiro Moacir já explicou
aos Senhores, o Piquete tem sérias dificuldades para realizar esses eventos. Há
3 anos que a gente vem participando juntos; eu participo do "35 CTG",
O Pioneiro das Tradições Gaúchas, já há 8 anos; no Clube Farrapos há 7 anos, e
que este ano nos cedeu o seu galpão para que nós pudéssemos realizar esse
Evento.
Nós conseguimos reunir,
através dos músicos, artistas gaúchos e conjuntos de Porto Alegre, inclusive do
interior do Estado, um grande número de artistas. E se fôssemos pagá-los seria
um cachê milionário; esses artistas irão fazer sua apresentação graciosamente
para que possamos arrecadar alimentos para essa Cavalgada contra a Fome. Então,
no dia 14, quinta-feira próxima, no Clube Farrapos, nós teremos um acampamento,
ao lado do galpão, onde a Empresa Sul Mate, da Erva Mate Raízes, estará
colocando um estande a nossa disposição com erva-mate e água quente para o
pessoal que nos for visitar.
Teremos um acampamento com
os cavalarianos; o ingresso que será cobrado para assistir a todos os artistas
que irei citar será de 3 Kg de alimentos não perecíveis. Hoje, o ingresso de
qualquer baile, qualquer bailanta é R$ 10,00. Três quilos de alimentos não
chegam a R$ 3,00. Estarão presentes grandes nomes do nosso tradicionalismo como
o Conjunto Os Serranos, o Leonardo, Odilon Ramos e o Grupo de Chão Batido,
Grupo Entrevero, Os Boenachos, de Santa Cruz; Grupo Rebenque, de Cachoeirinha;
Grupo Ecos do Vale, Grupo Raízes, de Santa Maria; João de Almeida Neto, Grupo
Tempo Guri, Grupo Tchê Encanto, de São Gabriel; Elton Saldanha, Fátima
Chimendez, Dorotéo Fagundes, Rui Biriba, Grupo Herança Farrapa, Os Araganos,
Grupo Alma Gaudéria e Grupo Querência, de Pelotas. A apresentação será feita
por este xirú que lhes fala e contará com o apoio da Prefeitura Municipal de
Porto Alegre.
Então, queremos convidá-los
a participar do nosso trabalho, através do Piquete Alma Nobre, nessa Cavalgada
Contra a Fome. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos, em nome da Câmara
Municipal de Porto Alegre, agradecer a presença dos Senhores e o convite que
nos foi feito. Cumprimentá-los pela iniciativa de que as tradições do nosso Rio
Grande do Sul também participe desse mutirão que se estabelece no País contra a
fome e a miséria e dizer que a Câmara Municipal de Porto Alegre, como sempre
fez, está atenta a todos esses atos e nós, a partir também da presença dos
Senhores, temos certeza, vamos acompanhar com todo carinho o desenvolvimento
desta ação. Parabéns e obrigado pela presença dos Senhores.
Passamos à
1ª SESSÃO
PROC. 2500/95 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 147/95, de autoria do Ver. João Dib, que denomina Rua Luiz
Fontoura Júnior um logradouro irregular, localizado no Bairro Jardim
Itú-Sabará.
PROC. 2509/95 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 148/95, de autoria do Ver. João Dib, que denomina Rua
Israel Wolf um logradouro irregular, localizado no Bairro Jardim Itú-Sabará.
PROC. 2474/95 – PROKJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 144/95, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina
Rua Florestan Fernandes um logradouro público, localizado no Bairro Vila Nova.
PROC. 2496/95 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 146/95, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que institui o
Hino à Negritude na Cidade de Porto Alegre.
PROC. 2338/95 – PROJETO DE
LEI DO LESLATIVO Nº 127/95, Dde autoria do Ver. Luiz Braz, que dispõe sobre a implantação de
atividades de estabelecimentos comerciais no Município de Porto Alegre. Com emenda nº 01
2ª SESSÃO
PROC. 2438/95 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 140/95, de autoria do Ver. Paulo Brum, que institui, no
sistema de transporte individual de passageiros, por veículos de aluguel
providos de taxímetro, a categoria de “perua-rádio-táxi”, e dá outras
providências.
PROC. 2457/95 – PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 70/95, que autoriza o Poder Executivo a efetuar a permuta de próprio
Municipal.
PROC 1392/95 – PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 44/95, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que institui o Prêmio Mérito
Sindical, a ser concedido anual e individualmente, concede-o ao Senhor Paulo
Abdala, e dá outras providências.
PROC. 0507/93 – SUBTITUTIVO
Nº 01 ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 10/93, ambos de autoria do Ver.
João Motta, que estabelece diretrizes gerais para a criação e funcionamento de
cooperativas habitacionais populares no Município de Porto Alegre , e dá outras
providências.
PROC. 2309/95 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 121/95, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que dispõe sobre
a suspensão do fornecimento de água ao trabalhadores desempregados, e dá outras
providências.
Proc. 2393/95 – PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 28/95, de autoria do Ver. Edi Morelli, que altera o
Art. 3º da Lei Complementar nº 262, de 27.12.91, e dá outras providências.
PROC. 2443/95 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 142/95, de autoria do Ver. Mário Fraga, que denomina Rua
Túnel Verde um logradouro irregular, localizado no Bairro ponta Grossa.
PROC. 1807/94 – SUBSTITUTIVO
Nº 01 ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 105/94, ambos de autoria do Ver.
Clovis Ilgenfritz, que disciplina a poluição visual, o uso do mobiliário urbano
e dos veículos publicitários no município, e dá outras providências.
3ª SESSÃO
PROC. 2381/95 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 133/95, de autoria do Ver. Mário fraga, que concede o título
honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Professora Maria Luiza Lopes Alves.
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. João Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, antes de mais nada, desejo parabenizar o nosso
Presidente que, ontem, recebeu o Troféu Mereci, em belíssima festa, no Lindóia
Tênis Clube. Onde figuras como Bernardo de Souza, Secretário Peter Junior,
Adroaldo Streck e Júlio Rederck, outros da Indústria e Comércio, das Artes
receberam também tal troféu. Meus cumprimentos. Mas o que me preocupa mesmo é a
Imobiliária Prefeitural, a mais rica desta Cidade, que detém o maior
patrimônio, em áreas importantes. Não vou conseguir nunca estabelecer as razões
dos preços dos imóveis que a Prefeitura tem. Também não vou conseguir entender
por que não faz as coisas com clareza. Claro, comprou-se um edifício,
escriturado como prédio de 16 andares, não sei com quantos metros quadrados,
não sei quanto têm as lojas? A Prefeitura, na sua imobiliária, pode cometer
erros, os mais diversos. Aqui está alienando imóvel de propriedade sua,
independentemente, de licitação à sucessão de Roberto Júlio Valter, a
Prefeitura. São 280m², sobre os quais o meu saudoso amigo, Roberto Júlio
Valter, médico, meu colega no Júlio de Castilhos, mas que se dedicou à
construção civil, já falecido, construiu um edifício que está sendo avaliado em
46 mil Reais. Adiante a imobiliária da Prefeitura tem outro projeto para
permutar um novo Próprio, avalia o seu terreno em 75 mil Reais, e o objeto da
permuta, pertencente ao Círculo Operário, está avaliado em 365 mil Reais. E a
Prefeitura faz a permuta elas por elas.
Aparentemente, é um grande
negócio para a imobiliária da Prefeitura, que é muito mentirosa, porque disse
no "Cidade Viva" que, na época, em julho de 1993, pagou um bilhão e
cem milhões de cruzeiros para, durante três minutos, mentir para a Cidade,
dizendo que recebia como doação da Mitra trinta e sete hectares. Depois, um dia
o Dr. Corbellini, ilustrado Diretor-Geral do DEMHAB, veio aqui e contou que dos
trinta e sete hectares loteados, cinco por cento dos terrenos serão da Mitra.
Então, não recebeu por doação. É mentira deslavada. Mentira é falar contra o
que se pensa para enganar, e a imobiliária da Prefeitura mais uma vez engana o
povo de Porto Alegre, tentando também enganar os Vereadores que são muito
atentos, não sendo embrulhados com facilidade.
Aqui, a imobiliária da
Prefeitura vai fazer uma permuta na Germano Petersen, e sei que o Ver. Antonio
Hohlfeldt já pediu vista de um Projeto que está na Comissão de Finanças. Não
entendo por que não entra numa coisa só, tudo certinho. Um dia entra um, outro
dia entra outro, e teremos que guardar esse Projeto de Lei, porque aqui ele tem
uma avaliação, para duzentos e noventa e sete metros quadrados, de setenta e
seis mil reais e os trezentos e dezessete metros quadrados daquele que troca
com a Prefeitura foram avaliados em oitenta e um mil, duzentos e quarenta
reais, com cinco mil de diferença. Esses valores deveriam ser objeto da atenção
de todos os Vereadores para saber como a imobiliária da Prefeitura opera.
A imobiliária da Prefeitura
que vende na Sertório sobras de terrenos a oitenta reais o metro quadrado, que
transforma um terreno que não tem frente para a Sertório em terreno com frente
para essa mesma Rua, e numa esquina da Silva Jardim com a Pedro Ivo, que já
estava na esquina e que não estava precisando, vende sobras de terrenos a
duzentos e oitenta reais o metro quadrado. Talvez porque aqueles de duzentos e
oitenta metros quadrados sejam do Partido a que pertenço, e os outros não sejam
do mesmo Partido ao qual pertenço. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Edi Morelli está com a palavra. Desiste. Com a palavra o Ver. Antonio
Hohlfeldt para discutir a Pauta.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não pretendia tocar neste Projeto
mencionado pelo Ver. João Dib, que é o Processo nº 2457/95, até porque eu não
cuidei da questão de valores, agora, conheço, há muito tempo, o problema da
Germano Petersen e é um problema de incômodo dos vizinhos. O terreno tem uma
sobra de uma casa de madeira, se é que se pode dizer assim, que se tornou
refúgio de ladrões e assaltantes da área da Germano Petersen, porque tem um
matagal em cima da área. E, há muito tempo, tanto o Centro Cultural 25 de julho
quanto os moradores da Germano Petersen tentavam uma alternativa para ocupar
esta área e evitar este problema que existe naquela região.
Então, politicamente
falando, a medida adotada pela Prefeitura, da permuta, é boa, porque vai
viabilizar a solução para este problema da Germano Petersen. Não entrei no
detalhe de valor, mas nós podemos examinar.
Eu queria, no entanto, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, registrar que se encontra em segunda Sessão o
Projeto do Ver. Clovis Ilgenfritz sobre a disciplina de poluição visual e uso
do mobiliário urbano e dos veículos publicitários no Município, Projeto que,
por diversas vezes, esta Casa já iniciou discussões e, depois, interrompeu,
parou. O Ver. Clovis fez uma revisão no Projeto. É evidente que o Projeto ainda
tem pontos de discussão e nós conversávamos, ontem, o Ver. Clovis Ilgenfritz e
eu, e buscávamos o encaminhamento em que aproveitaríamos, já que o Vereador não
vai pedir o artigo 81 para este ano, para abrir um espaço de mediação, de
discussão entre todas as partes interessadas e viabilizar para que, no ano que
vem, possamos abrir, em fevereiro, março, já com resultados objetivos, já que
alguns Vereadores atenderam o nosso apelo e a nossa denúncia de comparecerem à
SMAM no sentido de mediarem aquele qüiproquó que nós tínhamos entre os técnicos
da SMAM e a área da publicidade dos "outdoors".
Aqui eu vejo o Ver. Luiz
Braz, o Ver. Nereu D'Ávila, que esteve conosco, o Ver. Wilton Araújo, o Ver.
João Dib, eu próprio, o Ver. João Verle, enfim, um grupo de Vereadores e o
resultado que nós alcançamos foi positivo, o grupo de trabalho resultou em
coisas concretas. Eu conversava com os empresários desta área, o José Dubim, o
Marcos, isto é, todos os representantes, e eles confirmaram. Quer dizer, as
negociações decorreram em alto nível. Se a Prefeitura é capaz de fazer esse
grupo de trabalho, acho que seremos capazes de fazer essa mediação entre o
Projeto do Ver. Clovis e os interesses do segmento, que não é proteger o
segmento, mas não tornar impossível, também, a atividade publicitária por
"outdoors", que eu, pessoalmente, acho que é das coisas mais
positivas que temos nas grandes cidades. Se controlarmos o grande
"outdoor", teremos mais facilidade, depois, de controlar o que de
fato é a poluição visual, que são essas plaquetinhas, essas coisinhas que
pululam pela Cidade inteira.
Um acordo sobre os grandes
publicitários na área dos "outdoors" vai facilitar uma atuação da fiscalização,
mais pesadamente na pequena plaqueta, que é a que de fato acaba complicando a
vida da Cidade de Porto Alegre.
Em primeira Sessão, um
Projeto de minha autoria, PLL 144/95, que denomina Rua Florestan Fernandes um
logradouro público, no Bairro Vila Nova. Independente das nossas eventuais
divergências ideológicas com Florestan Fernandes, não é o meu caso, de maneira
alguma, ao contrário, acho que Florestan Fernandes, nos anos de 1940, 50, 60,
foi o sociólogo mais importantes deste País, ao lado de Caio Prado Jr., como
economista.
É a nossa tentativa de
homenagear a memória de Florestan Fernandes, recentemente falecido, e que,
militando no PT, sendo Deputado Federal, teve a grandeza de, no ano passado,
emprestar publicamente apoio ao nosso colega do PSDB, o professor, então
candidato a deputado federal, Hermes Zanetti, reconhecendo a contribuição de
Hermes Zanetti na área da Educação, como ele, Florestan Fernandes, teve, tem,
através da sua obra, uma contribuição nesse campo. Um homem da grandeza de Florestan
é maior do que seu eventual partido político. Pode e deve ser homenageado por
todos aqueles que respeitam a democracia e a obra de intelectual brasileiro. É
uma pequena rua lá na Zona Sul, mas é uma maneira de Porto Alegre tomar a
iniciativa de marcar a memória de Florestan Fernandes, que tem contribuições
fantásticas para o pensamento e a cultura brasileira. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, eu venho a esta tribuna por causa do Projeto de minha
autoria, o Processo 2338/95 - PLL 127/95, que dispõe sobre a implantação de
atividades de estabelecimentos comerciais no Município de Porto Alegre. Nós
todos devemos estar atentos com a chegada, a nossa Cidade, de grandes
multinacionais. Grandes multinacionais estão chegando a nossa Cidade, assim
como já chegaram a outras capitais brasileiras. A nossa preocupação é a
ocupação que elas vão ter em áreas importantes em nossa Cidade. Normalmente,
vão ocupar espaços, com a sua área de vendas, superior a 5 mil metros;
geralmente, esses espaços devem chegar a 10 mil metros, como chegam em várias
cidades. Isso parece que não é nada, só que a ocupação desses espaços, se for
feita de maneira aleatória, se não receber uma fiscalização séria da Câmara,
pode conturbar a vida da Cidade em alguns setores. Eu não estou querendo mudar
o eixo normal da implantação dessas obras, da liberação dessas obras, da
liberação dessa possibilidade de comércio. Eu deixo exatamente como está, eu
deixo com o Executivo. O Conselho do Plano Diretor é que tem a obrigação de dar
a sua opinião a respeito da possibilidade ou não.
O que eu trago para a Câmara
Municipal é esta possibilidade de a Câmara opinar a respeito da oportunidade ou
não de se colocarem estes grandes equipamentos de vendas, estas grandes áreas
de vendas e onde elas vão ser colocadas. Eu quero lembrar que nas maiores
cidades do mundo, normalmente os grandes "shopping", os grandes supermercados,
não são colocados em regiões centrais da cidade, estão bem na periferia da
cidade. Só para lembrar uma cidade de cunho internacional que tem o seu maior
supermercado bem na periferia da cidade, eu lembro Miami, que tem um
"shopping" com praticamente 1 Km de comprimento que é procurado por
todas as pessoas que chegam a Miami, fica mais ou menos a 28 Km de Miami, na
grande Miami, mas é considerado "shopping" de Miami. Dentro de Miami
não existe nenhum grande supermercado e nenhum grande "shopping".
Então, é por isso que
estamos querendo fazer com que a chegada destas grandes multinacionais em Porto
Alegre possa ser supervisionada pela nossa Câmara Municipal. Nada de retirar
aquele dever que tem o Conselho do Plano Diretor. Até pelo contrário,
reforçando o trabalho do Conselho do Plano Diretor, para poder verificar
realmente as necessidades e as possibilidades da colocação desses grandes
equipamentos, mas trazendo para a Câmara uma pontinha desta responsabilidade e
fazendo com que possamos cumprir a nossa missão, o nosso dever, que é o de
fiscalizar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Clóvis Brum está com a palavra. Desculpem-me, Srs. Vereadores, quem está
com a palavra é o Ver. Clovis Ilgenfritz.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu compreendo que o Presidente tenha trocado
o meu nome pelo do ex-Vereador Clóvis Brum, pois como Secretário tenho
acompanhado os passos do nosso Presidente. Então, às vezes, troca os nomes.
Para mim, isso nada significa, apesar de que o nosso companheiro, ex-Vereador
Clóvis Brum, deixar saudades, principalmente pela sua participação na tribuna
onde parava de fazer o discurso quando ninguém prestava atenção e dizia:
"Mas está ruim este meu discurso".
Eu não estou aqui trocando figurinhas
com o Ver. Antonio Hohlfeldt, meu ex-companheiro de Partido, mas meu atual
companheiro de lutas, e uma das questões que queria colocar e que me
sensibilizou esses dias, foi ver que o Vereador está fazendo uma homenagem a
uma das figuras mais ilustres, mais corretas, mais éticas e mais coerentes que
a gente conheceu neste nosso espaço de vida, que é Florestan Fernandes teve a
coragem sempre de ser o que ele era, pensar e dizer o que ele queria e nunca se
adaptou às circunstâncias majoritárias aqui ou ali. Penso que é uma homenagem
justa e importante e devemos seguir exemplos como este. Outro aspecto falado
pelo Ver. Antonio Hohlfeldt é sobre o Projeto que disciplina a poluição visual.
Penso que o meu discurso na Sessão passada, a primeira vez que falei neste ano
sobre este assunto, foi um pouco infeliz, não peguei o tema pelo lado certo,
parece que existia dentro de mim, ainda, uma mágoa pelo que aconteceu no
decorrer das primeiras tentativas, por dois anos seguidos; algumas empresas
parece que não entenderam a nossa intenção e eu mesmo não tive a capacidade de
negociar na altura que precisava.
Não é a nossa intenção
repetir uma disputa sobre se pode ou não pode, se tem ou não tem espaço para
propaganda paga, usada por entidades privadas na nossa Cidade. O que se coloca
- e acho que o Ver. Antonio Hohlfeldt vai desempenhar um papel muito
importante, porque é um conhecedor do assunto, tem sido sempre um dos
Vereadores que mais se preocupa com essa questão - vejam Srs. Vereadores e
Sras. Vereadoras, que temos na Cidade um Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano que está em fase de discussão, e que é importantíssima essa discussão e
que nós não conseguimos, por incrível que pareça, colocar como um dos grupos de
trabalho dessa discussão, o grupo de trabalho sobre a questão ambiental e a
poluição visual; tem a questão ambiental, mas não se fala em poluição visual.
Mesmo que este Vereador
tenha ido a reuniões, tenha entregue projetos, tenha feito propostas, a idéia
não é criar uma lei específica para essa situação, mas incluir dentro da
discussão do Plano Diretor um capítulo sobre a chamada poluição visual, ou
sobre o uso do espaço bidimensional na nossa Cidade.
O Sr. Giovani
Gregol: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apenas quero apoiar V. Exa.:
isso é importantíssimo para a Cidade, essa temática. Para Porto Alegre, como V.
Exa. conhece melhor do que ninguém, e sabe, e propõe, é necessária uma política
de programação visual, de um planejamento visual. Isso é muito mais do que
simplesmente ter uma lei. obrigado.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ:
Faço minhas as palavras do Ver. Giovani Gregol. Concluo, pedindo aos Srs.
Vereadores, em especial àqueles que tinham contrariedade com o nosso Projeto,
que façam um estudo acurado, através das suas assessorias, e tragam para nós as
suas sugestões, para que no ano legislativo de 1996 possamos votar
definitivamente esse Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Apregoamos a Emenda nº 14, apresentada pelo Ver. Isaac Ainhorn, com a assinatura
do Ver. Nereu D'Ávila, ao PLCL nº 21/95. (Lê a Emenda nº 14.)
O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para discutir a Pauta.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Hoje já na sua segunda Sessão - eu
até procurava conversar com o Ver. Paulo Brum acerca do seu Projeto de Lei
sobre a instituição do chamado “perua-rádio-táxi”, que é a proposta que ele
traz para instituir o sistema de transporte individual de passageiro por
veículo de aluguel, provido de taxímetro, a categoria perua rádio-táxi, criando
o sistema destinado a atender exclusivamente as pessoas portadoras de
deficiência de locomoção, temporária ou permanente.
É um Projeto inteligente,
que evidentemente nós não vamos esgotá-lo nesses poucos minutos que dispomos,
mas que certamente vai permitir que V. Exa., que faz uma Exposição de Motivos
muito bem articulada, tenha oportunidade de, ao longo da tramitação desse
Projeto, que lamentavelmente só será votado em 96, de contar com um andamento
tranqüilo e chegar ao seu objetivo final. O meu querido colega, Ver. Paulo
Brum, se ocupa desse Projeto com fundamentos da melhor qualidade,
principalmente quando diz que a introdução do serviço de peruas, adaptadas ao
transporte de pessoas portadoras de deficiência, através do serviço de
tele-táxi, preenche, de modo imediato, a lacuna da falta de transporte para
essas pessoas na Cidade.
O que me soa mal ao ouvido,
Vereador - e V. Exa. sabe que quando eu não compreendo as coisas eu busco
esclarecê-las - é o porquê da opção pela expressão perua. Eu não sei se esta
expressão tem o condão de dizer exatamente aquilo que V. Exa. quer, ou se ela
não se prestará...
O SR.
PRESIDENTE:
Ver. Reginaldo Pujol, nós vamos assegurar o tempo de V. Exa., pedindo
encarecidamente que, pelo menos as assessorias, tenham a compreensão de
conversar um pouco mais baixo. Isso também vale para os Srs. Vereadores. Está
extremamente difícil colher as informações.
O Sr. Paulo
Brum: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) O termo "perua" foi
usado para ter uma maior abrangência. Se usássemos só Kombi, o táxi ficaria
restrito às Kombis. Mas, agora, como entrou no mercado as Bestas, também,
seriam veículos que poderiam, perfeitamente, atender a esse tipo de serviço que
estamos pleiteando. Então, são as Kombis, as Bestas, as Camionetas. Foi nesse
sentido que procuramos usar o termo "perua". Mas, pode ser melhorado.
O SR.
REGINALDO PUJOL: O meu temor, Vereador, é que uma iniciativa inteligente como essa de V.
Exa. possa, até por alguns, ser ironizada, porque a expressão escolhida se
presta a uma dubiedade de interpretações. Aqueles que não tem a compreensão do
sentido amplo do seu trabalho podem, através de uma interpretação maldosa,
querer comprometer, em parte, o trabalho. Sendo um Projeto que iniciou a sua tramitação
em 06 de dezembro e, sendo a minha ponderação apenas no sentido redacional, é
uma situação em que nós teremos tempo suficiente para cuidar dessas
repercussões e, se for o caso, ajustá-las para que elas não venham,
eventualmente, prejudicar o que é o maior objetivo de sua intenção, que é a
instituição desse sistema, cuja denominação escolhida, em princípio, eu
apresento alguma ponderação, no sentido de um melhor ajustamento.
Louvo a iniciativa de V.
Exa., fruto de uma sensibilidade aguçada que, reiteradamente, tem sido
demonstrada na Casa, em outras proposições. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em tempo de Liderança pelo PSDB.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores. O Jornal Zero Hora, do último dia 30, estampou
nas suas páginas 4 e 5 uma reportagem especial, que envolve até mesmo a atriz
francesa Brigite Bardot, em torno da situação com que o canil municipal atua no
trato com os cachorros recolhidos pela carrocinha ou levados de outra forma
para o local que fica junto à Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Av.
Paulo Gama. Essa situação resulta da denúncia da Sra. Vera Lúcia Peroni que me
foi feita, há alguns meses, em maio, e que me levou a encaminhar um extenso
documento à Coordenadoria de Promotorias Criminais - Defesa Comunitária - no
sentido de que verificasse a situação, depois de ter tentado, em vão, vários
contatos com as áreas da Saúde e do Meio Ambiente municipais, especificamente a
SMAM, para obter informações sobre a situação do canil.
Com a retomada do debate,
com a entrada, inclusive, da Fundação Brigitte Bardot, que se dirigiu até mesmo
ao Presidente Fernando Henrique Cardoso, eu voltei ao assunto. Estive no
Ministério Público, onde havia feito o encaminhamento do documento e
verifiquei, para minha satisfação, que foi aberto o Inquérito Civil nº 59/95b
por parte daquela Promotoria. Até agora, no Processo, com pouco menos de 100
páginas, estão sendo confirmadas boa parte das denúncias da Sra. Vera Lúcia
Peroni.
Textualmente, é dito que o Canil não possui instalações adequadas
e que das seis gaiolas, duas são utilizadas pela Universidade, o que desmente o
depoimento de professores da Universidade Federal, dizendo que não se valem dos
animais do Canil Municipal para as suas experiências. Os professores da UFRGS e
da PUC negam os maus tratos ou que tratam os animais de maneira não condizente
com as normas internacionais estabelecidas pelo chamado Código de Ética em
Treinamento e Pesquisa Experimental. No entanto, a Sra. Vera Lúcia Peroni
apresenta uma série de depoimentos de alunos da UFRGS e da PUC pelos quais se
confirmam as situações de corte, de abertura de animais quando eles ainda estão
vivos, o que, obviamente, nada tem a ver com o Código de Ética.
Curiosamente, depois da
matéria de duas páginas na Zero Hora, eu não consegui ler, Ver. Dilamar
Machado, uma única linha do Secretário da SMAM ou da Saúde, parece que não tem
nada que ver com eles. Assim, como eles fazem vistas grossas para a situação
dos cachorros nos parques, que temos discutido aqui, atacando pessoas ou
sujando os corredores e os caminhos dos parques, parece que não têm nada que
ver com essa situação. Um fato não justifica o outro: temos de recolher os
animais que atacam os seres humanos, o que não significa provocar maus tratos,
mas sim, tratá-los com dignidade. É simples verificarmos a situação: basta
passarmos ao lado do Canil, o fedor vai a dez ou quinze metros de distância.
Então, tendo em vista que
tanto a SMAM como a Saúde fingem que não têm nada a ver com o assunto, já
acertei com a D. Vera Lúcia, e ela dispõe-se a depor formalmente na
Procuradoria do Estado, para repetir as acusações de maneira formal, contra o
serviço municipal que cuida do canil. Quando aluno da Universidade, lecionando
no meu estágio no Colégio de Aplicação, não era raro ouvir latido e ganidos de
cachorros que estavam sendo espancados, eventualmente, pelos guardadores do
canil. Como a Promotoria instalou inquérito civil e o Ministério Público está
levando adiante essa questão, e a denunciante não abre mão das suas denúncias,
ela as confirma, ao contrário do que dizem os veterinários, é da nossa
obrigação, sim, por uma questão mínima de humanidade, levarmos a questão
adiante.
Portanto, faço este registro
porque o meu nome foi mencionado na reportagem, dizendo que de fato assumimos o
encaminhamento da questão. Vamos continuar levando a questão adiante, até pelo
absoluto descaso na instância da Prefeitura Municipal em relação à denúncia.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Está encerrada a discussão da Pauta.
Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
A Mesa informa aos Srs.
Vereadores que pretendemos, no dia de hoje, promover uma Sessão Extraordinária
à tarde, conforme já havíamos falado na quarta-feira.
O SR. HENRIQUE
FONTANA (Requerimento): Gostaríamos de pedir uma inversão na Ordem do Dia, para que fosse
votado, em primeiro lugar, o Projeto da folha 10 - PLE nº 15/95 e, em segundo
lugar, o Projeto da folha 08 - PLCE nº 01/95.
O SR.
PRESIDENTE:
Iniciaríamos a Ordem do Dia de hoje, pelo Projeto da folha 10, depois a folha
08, depois a ordem normal.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): O Projeto da folha 10 recebeu várias Emendas. Eu
acho que é pertinente a colocação.
O SR.
PRESIDENTE: Srs.
Vereadores, nós vamos suspender os trabalhos por um minuto.
(Suspendem-se os trabalhos
às 10h12min.)
O SR.
PRESIDENTE (às 10h14min): Estão reabertos os trabalhos. Adotaremos algumas posições na manhã de
hoje, caso seja necessário.
O SR.
REGINALDO PUJOL: A nossa Sessão de quarta-feira, em função da interrupção para a
homenagem à ARI, ficaram algumas incertezas. Eu queria confirmar com V. Exa.,
esse Projeto de fl. nº 10, que estava em discussão, quantas emendas ele tem e
se já há dispensa do envio do exame dessas emendas para as comissões.
O SR.
PRESIDENTE: Temos
9 Emendas ao Projeto e ao Substitutivo nº 01. Todo o Projeto foi incluído na
Ordem do Dia por força do art. nº 81, daí porque está dispensado o envio às
demais Comissões.
Em votação o Requerimento do
Ver. Henrique Fontana, solicitando seja apreciado primeiro o PLE nº 15/95 e,
após, o PLCE nº 01/95. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Estamos dando posse ao
Suplente Antônio Losada que substitui a Vera. Helena Bonumá, em Licença de
Gestante, em virtude da impossibilidade de o Suplente João Pirulito assumir a
titularidade no dia de hoje.
(Obs.: O Sr. Presidente dá
posse ao Suplente Antônio Losada, conforme consta na Ata.)
PROC. 0579/95 –
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 15/95, que autoriza a alienação de próprios,
mediante licitação, destinando os recursos a programas habitacionais, e dá
outras providências. Com Emendas de nºs
01 a 04, 06 a 09 ao Projeto e com Substitutivo nº 01.
PARECERES:
- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 02 e 03, e pela rejeição da emenda nº 01;
- da CEFOR. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela rejeição do Projeto e das Emendas nº 01, 02, 03, 04, 06, 07, 08, 09 e pela aprovação do Substitutivo nº 01.
Obs.:
- para aprovação,
voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA Art. 82, § 1º, VIII, da
LOM;
- incluído na
Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM;
- retirada a
Emenda nº 05.
- discutiram a
matéria os Vereadores: J. Dib, R. Pujol, G. Gregol, E. Morelli, P. A. Leal, P. Brum, A. Ferronato, M. Fraga, M.
Zuanazzi, A. Hohlfeldt, F. Záchia, H. Fontana, D. Machado e L. Hagemann.
O SR.
PRESIDENTE: Em
discussão o PLE nº 15/95. O Ver. Artur Zanella está com a palavra para
discutir.
O SR. ARTUR
ZANELLA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu vou usar uma notícia do Correio do Povo de
hoje sobre a venda de índices para discutir este Projeto. O Jornal Correio do
Povo traz uma notícia sobre a venda de índices. Mas vamos usar também, Sr.
Presidente, o Correio do Povo, em meio segundo, que também o meu querido amigo
Armando Burds diz que nove Vereadores estão lutando para ser Presidente. Então,
são sete. Noticiou o Correio do Povo que foram colocadas à venda índices
construtivos nesta Cidade. Foram vendidos cerca de 10 a 15% dos índices, e
foram obtidos dois milhões e meio de reais só com a venda dos índices. E
sobraram índices, e, se sobraram índices, é porque não há interesse, não há
condições da indústria da construção civil absorver tais índices, o que
significa que também não há dinheiro para comprar terrenos. Mais ainda, eu
tenho a impressão que o Ver. João Dib já disse isso, mas é bom repetir. O
Governo Federal tem recursos para tudo. Hoje não tem mais recursos para a
compra de terrenos; mas, então, esses terrenos estão aptos, estão ótimos para,
mediante permutas, se conseguirem ou se comprarem áreas desocupadas ou áreas
invadidas. Mas a Prefeitura vai se desfazer de todo seu patrimônio imobiliário,
que dezenas, talvez centenas, de prefeitos amealharam a vida inteira.
Aqueles cinco milhões de
reais que depois foi para quatro e agora está em três, havia um outro problema
no projeto que era à vista. Vejam que esta Casa, para vender uma nesga que
custa, às vezes, dez, doze mil reais, dá seis meses de prazo. Esse era à vista,
o que significa que muito poucas empresas poderiam comprar esse terreno. Eu
entrei com uma Emenda aumentando para dez meses o prazo; o Ver. Záchia, quatro
meses e o relator, no seu Substitutivo, coloca seis meses. Acho que é razoável.
Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, vou votar a favor do Substitutivo. Não vai ser o meu voto que vai
impedir o Prefeito de tentar vender esses terrenos. Alguns deles,
provavelmente, com muito interesse por parte das construtoras; outros, nem
tantos, e outros entram só para completar o "ranking". Mas nós vamos
descobrir isso depois, na licitação. Não vai ser com o meu voto que o Dr. Tarso
Genro vai espalhar por aí que não resolve o problema dos sem-teto desta Cidade
por falta de apoio desta Casa. Não vai resolver nada! Só vai trazer mais
confusão para esta Cidade e vai deixar a Prefeitura com menos alternativas para
resolver os problemas, principalmente de invasões que sempre são utilizados os
terrenos para permutas. O Prefeito quer, foi eleito para isso. De minha parte
vai receber o voto. Não resolve nada. Vai trazer confusão. É malfeito o
Projeto, a concepção é equivocada, mas o meu voto vai levar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Geraldo de Matos Filho): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLE nº 15/95.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós temos uma concepção de que o Estado, a
Instituição Pública, o Município deve preservar o patrimônio que possui. Há 10
anos, se uma matéria desta natureza viesse à Câmara, cairia uma tempestade
sobre a Cidade.
Outro dia, fazia um
questionamento sobre a Esquerda, o papel da Esquerda, porque acho que nós
perdemos, na medida em que chegamos ao governo. Quando chegamos ao governo, nós
mudamos; como o poder nas mãos começamos a ver as coisas diferentemente.
Essa onda neoliberal nos
contaminou. Ainda me lembro da figura do Ex-Vereador Glênio Peres, que deve
estar nos escutando lá da eternidade. Nós defendíamos e defendemos o patrimônio
público, estatal e a não-privatização do patrimônio estatal. Claro que muitas
coisas temos que vender, mas outras áreas, como a que fica na confluência da
Av. Assis Brasil com a Av. Baltazar de Oliveira Garcia, que é da Secretaria dos
Transportes para se fazer uma estação de transportes. E nós a desfalcamos,
hoje, está ali o "MacDonald's", etc.
Então, acho que esse Projeto
não está maduro, suficientemente, para que possamos dar o nosso voto, e mais:
não estou trazendo uma denúncia, mas, uma colocação a ser investigada. Talvez,
as dimensões não estejam fechando, mas há um prédio - chamo a atenção da Casa -
construído da BMW sobre parte da área na Pereira Franco; deu-se um alargamento
da Av. Ceará com a Av. Sertório. Localizo, a Jabur, empresa da Av. Sertório,
pelo lado da Av. Ceará existe uma área que o Município está vendendo, só que a
comprovar, talvez, essa área não incorpore o prédio da BMW: prédio de alta
qualidade, de luxo, está ali construído. Será que esse terreno não inclui o
prédio que estou, aqui, a colocar aos Srs. Vereadores? Quero saber se esse
terreno, exatamente, Av. Ceará, esquina Rua Dr. João Inácio, ao lado do nº 1472
dessa rua. Ali está construído um grande prédio da BMW. Afinal, esse prédio não
corresponde a esse terreno, Ver. Antonio Hohlfeldt, V. Exa. que pesquisou caso
a caso.
O SR.
PRESIDENTE:
Ver. Elói Guimarães, o Ver. Luiz Negrinho se inscreve e cede seu tempo a V.
Exa., com a aquiescência do Ver. Wilton Araújo.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES:
Sou grato ao Ver. Luiz Negrinho. Então, não estou aqui fazendo uma afirmação.
Eu não tenho esse dado. Parece que a área desse terreno, sobre ele ou parte
dele, já está construído. Talvez V. Exa. possa esclarecer?
O Sr. Antonio
Hohlfeldt:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Elói Guimarães, lhe
digo, categoricamente, que não está incluído e vou dizer porquê: nós detectamos
um erro no Mapa e, inclusive, V. Exa. vai notar que junto com os anexos está
distribuído um novo Mapa - nos anexos foi distribuído, a meu pedido, na Sessão
passada. Já existe um novo Mapa que nós mandamos anexar porque o Mapa original
que está no Processo está errado. Não faz a separação que levou V. Exa. a se
preocupar. Existe um novo detalhamento do Mapa da Praça, em verdade a Praça não
está afetada, é o outro lado; eles esqueceram de colocar uma rua no meio.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES:
Sou grato a V. Exa. Eu fiz a colocação com aquela ressalva, com cautela, sem
problema, porque aqui nós tínhamos um Mapa. Então, acho que esse aspecto está absolutamente
esclarecido. Não nos parecia da forma como estava. Eu agradeço e acho que
apenas é um alerta, porque, a bem da verdade, existem prédios, telheiros, etc.,
nessas áreas do Município. Não há nenhum mal, só que ali tem esse prédio, agora
com esse Mapa fica esclarecido.
Então, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, isso não tira a nossa contrariedade ao Projeto. A nossa questão
fundamental é a preservação da reserva. É importante que o Município tenha uma
reserva imobiliária para futuros Projetos e planos. O mais grave é que não é
hora de vender, porque os preços estão absolutamente defasados, não há mercado
de compra. O valor das áreas e prédios caíram assustadoramente. É um dado que é
desnecessário trazer aos Srs. Vereadores, porque todos sabem que vender agora é
perder, sem falar daqueles outros aspectos do nosso ideário, conservando no
Poder Público bens, empresas estatais sim, patrimônio.
O que se deu em Brasília,
quando o ex-Presidente Collor começou a vender as casas e apartamentos
luxuosos. Vamos comprar dos empresários? Quem vai comprar essas áreas? Já se
disse que é a Encol que vai comprar. Não tenho nada contra a Encol. É evidente
que ela ganha, porque é a lei do capitalismo selvagem e violento. Esse
patrimônio todo vai cair na mão de quem? Do grande especulador que é o que tem
poder, porque o resto está quebrado. Olha aquela nossa concepção antiga que
tínhamos de Estado, de Poder Público. É uma reserva que o Poder Público deveria
fazer. Isso contraria a tese daqueles que entendem que o Estado tem que ser
reforçado, não sendo descarnado dos seus aspectos econômicos. Quando se trata
de nesga, isso não tem maior significado. Mas, quando se trata de áreas
maiores, eu sou de opinião, ideológica, de que não se deve vender. E, do ponto
de vista econômico, não é o momento de vender. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Apregoamos as Emendas de nºs 14 a 20 ao PLCL nº 21/95. Essas Emendas foram
apresentadas por diversas Lideranças. (Lê as Emendas de nºs 14 à 20.)
Sobre a mesa Requerimento de
autoria do Ver. Décio Schauren, solicitando Licença para Tratar de Interesses
Particulares.
(Obs.: Foi aprovado
Requerimento de Licença para Tratar de Interesses Particulares do Ver. Décio
Schauren, conforme consta na Ata.)
Não está presente, para
assumir, o Suplente Ricardo Collar.
Apregoamos as comunicações
dos Suplentes Adroaldo Corrêa e Mariza Abreu, informando de suas
impossibilidades em assumir a Vereança nesta data.
O Ver. Wilton Araújo está
com a palavra para discutir o PLE nº 15/95.
O SR. WILTON
ARAÚJO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, discuto a matéria que, certamente, é uma das
matérias mais polêmicas, durante o ano, para votação, nesta Casa.
Muda definitivamente o
perfil e a vontade da Administração Popular quanto a terrenos, prédios, na
Cidade de Porto Alegre.
Havia no início e desde
antes de assumir a Administração Popular um grande mito por parte do Partido
dos Trabalhadores de que terreno próprio Municipal teria que ter motivos muito
fortes para serem alienados. Ouvi muitas vezes na administração do meu Partido,
o PDT, que a Prefeitura estaria se transformando em uma imobiliária, e que os
recursos da venda desses terrenos muitas vezes não chegariam aos objetivos para
os quais estavam sendo utilizados. Argumentos ponderáveis. Mas vejo, agora,
exatamente o contrário poucos anos depois. O PT, que era tão cioso, e seus
coligados, como o PPS, tiveram o cuidado de patrocinar e fazer aprovar nesta
Casa projetos como o Banco de Terras, por exemplo, projetos que visavam manter
na mão do Executivo do Município de Porto Alegre terras, para que fossem
urbanizadas, para que fossem ali assentados os desvalidos, os miseráveis desta
Cidade. Inverte a lógica do Partido dos Trabalhadores. Não quer mais saber de
terras, não quer mais saber de assentar os miseráveis nos locais nobres da
Cidade, porque ali, dizia o discurso, era o local do pobre, porque se ele havia
invadido um terreno no perímetro central é porque precisava trabalhar, é porque
precisava estar no perímetro central, por estar próximo do seu trabalho. Não
poderia ele ser jogado nas margens do Município, ou em municípios vizinhos,
porque perderia a condição digna de habitação, de trabalho para o sustento de
sua família. Aonde está esse discurso? Que fim levou o discurso? Nada como uma
administração depois da outra.
Quando se enraíza e quando
toma o gosto do poder, muda a filosofia, desaparece a filosofia, e vem o
projeto com a cara bonita, bem pintadinha, bem douradinha a pílula: é para a
habitação popular. No Projeto não dizia que era para habitação popular. Não
foram as Emendas apresentadas nesta Casa, que fazem a ligação e deixam de
exclusiva competência para a habitação, não sei onde iria parar esse dinheiro.
Mas, habitação onde? Em que terreno será que vão botar os miseráveis da Cidade?
Certamente que não será nos terrenos que estão dentro do perímetro central da
Cidade; esses são vendidos.
Lembro muito bem, na
administração do hoje Ver. João Dib era o argumento do então Prefeito:
"Vamos vender, porque desse dinheiro, desses terrenos valorizados, nós
poderemos fazer muito mais, comprar muito mais terras, construir casas."
Dizia o então Partido dos Trabalhadores: "Estão colocando cada vez mais
longe o trabalhador, estão marginalizando cada vez mais o trabalhador, estão
jogando para vinte e tantos quilômetros..." - Ver. Artur Zanella, V. Exa.,
que era o responsável pelo DEMHAB naquela época -..." estão jogando para
28 Km, na Restinga, um absurdo arquitetônico e urbanístico". Esses
argumentos, eu continuo advogando, eu continuo tendo essa mesma posição até
hoje, só vejo, com pesar, que esses argumentos não são mais os do Partido dos
Trabalhadores.
Agora, aonde vai o marginal
não me interessa mais e, certamente, quanto mais longe do centro, melhor. Se
tiver que pegar 3 ônibus para ir trabalhar, melhor ainda. Concluo, dizendo que
mesmo tendo todos esses empecilhos, a mão salvadora das Emendas apresentadas
nesta Casa poderá e deverá conduzir, obrigatoriamente, para a habitação
popular, mas, infelizmente, não será na melhor área da Cidade.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, está inscrito o
Ver. Geraldo de Matos Filho, que cede o seu tempo a V.Exa.
O SR. WILTON
ARAÚJO:
Agradeço ao Ver. Geraldo de Matos Filho pela oportunidade de poder concluir o
meu pensamento.
Com as Emendas advindas
desta Casa, que ligaram definitivamente os recursos amealhados pela venda
desses terrenos, recursos esses que serão empregados para habitação popular,
isso me faz, mesmo sendo contrário à dilapidação do patrimônio público, à venda
dos terrenos, repensar a posição sobre o Projeto. Ainda em análise que vamos
proceder durante a discussão, firmaremos posição para votação desse Projeto. Só
quero deixar gizado muito claro que o Partido dos Trabalhadores, no momento em
que está na oposição, em minoria no Município, tem uma posição, a de que vender
é ruim, de que os pobres deveriam ter um lugar melhor, um lugar de destaque.
E lembro, Ver. João Dib,
episódio há pouco acontecido nesta Cidade: em uma vitrine - no meu entendimento
- foram assentados, próximos da Ipiranga, na chamada Vila Planetário, algumas
famílias, construídas poucas casas, porque o terreno era muito pequeno, e feito
o assentamento daqueles que moravam ali. Qual foi o discurso de um ano e meio
atrás? De que aqueles que ali estavam deveriam ficar naquele local, no Centro da
Cidade, porque mereciam ter a dignidade de morar perto. Mas, hoje, vendemos
vinte e oito, menos dois terrenos por uma Emenda do Ver. João Motta, porque não
havia condições legais de dois terrenos - não sei se está certa a minha conta,
me ajuda o Ver. João Verle - eram vinte e sete terrenos para aplicar na
habitação popular. Não se sabe onde, a Casa não tem como saber onde está, onde
será aplicado, sequer havia no Projeto essa obrigação, mas estou repensando em
votar favoravelmente, dada a atuação decisiva que a Casa teve em direcionar os
recursos.
Nesse sentido, vejo com
preocupação os novos rumos da Administração Popular que irá se transformar,
inequivocadamente, na maior vendedora de terrenos em todos os tempos, na Cidade
de Porto Alegre. A maior imobiliária do Estado do Rio Grande do Sul. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa declara empossado o Suplente Ricardo Collar, que passará a integrar a
Comissão de Educação, Cultura e Esportes.
O Ver. Henrique Fontana está
com a palavra pelo tempo que lhe cede a Vera. Maria do Rosário para discutir o
PLE nº 15/95.
O SR. HENRIQUE
FONTANA:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Primeiro, quero fazer algumas ponderações a
respeito de argumentos importantes que o Ver. Elói Guimarães colocou desta
tribuna.
Não podemos entender como
razoável que o Poder Público coloque em venda todas as suas áreas públicas,
isso seria um absurdo, porque muitas áreas públicas precisam servir como
reserva, porque, em muitos momentos, investimentos que hoje não estão
previstos, podem ocorrer no futuro. E, portanto, essas reservas são
importantes.
Mas, por outro lado, também
seria um equívoco entendermos que o Município jamais deva vender uma área
pública, mesmo quando todas as análises técnicas de seus setores competentes -
como foi o caso da análise destas áreas, e que, reconhecemos, tiveram erros,
também, corrigidos pela Câmara - mesmo quando a análise, por exemplo, do Setor
de Planejamento, do Setor de Avaliação da Secretaria da Fazenda indica a
correção da venda das áreas. Então, o que estamos debatendo não é uma política
de venda indiscriminada de áreas públicas ou de manutenção de áreas públicas na
continuidade do poder do Município de Porto Alegre.
Temos o entendimento de que
esse Projeto que vamos votar dentro de instantes trata de um número específico
de áreas que foram avaliadas pela Secretaria do Planejamento, pelos técnicos
daquela Secretaria. Não há aqui qualquer avaliação política de governo a, b ou
c: as avaliações foram feitas pelo corpo técnico da Secretaria, que indicou que
esse número de terrenos listado nesse Projeto são terrenos que, potencialmente,
não serão utilizados pelo Município para atender interesses públicos no futuro;
pelo contrário, são áreas públicas que trariam ônus ao Município para manter
cuidados sobre essas áreas. Os Vereadores sabem que, muitas vezes, é difícil.
Temos problemas de uso comercial indevido em determinadas áreas ocupadas para
uso comercial, em áreas mais centrais. Gostaria de reforçar este argumento: não
estamos entendendo a aprovação ou rejeição desse Projeto como a aprovação ou
rejeição de uma política absoluta, que diga que o Município, a partir de agora,
deva vender áreas públicas e, na contrapartida, estariam Vereadores que diriam
que o Município nunca deve vender áreas públicas. Trata-se de analisar os casos
e ver se é correto ou não vender as áreas.
Gostaria de contrapor alguns
argumentos que me pareceram apressados, um pouco atabalhoados, do Ver. Wilton
Araújo, que colocou que o próprio Projeto original não incluiria a preocupação
com a garantia de que esses recursos servirão à habitação popular. Vejo que, na
pressa do argumento, o Vereador não tenha lido o Projeto; quem sabe leu direto
o Substitutivo, que é, de fato, o que vamos votar. O Projeto original diz, no
seu art. 5º que "o valor arrecadado com a venda dos lotes, objeto da
presente lei, será utilizado para programas habitacionais para a população de
baixa renda." Reconhecemos que a Câmara precisou ainda mais essa questão,
com algumas Emendas que foram incorporadas no Substitutivo do Ver. Antonio
Hohlfeldt.
Outro argumento que acho
importante debater, colocado pelo Ver. Elói Guimarães, é a respeito do momento
vivido pelo mercado e do eventual valor de venda dos imóveis que devem ser
vendidos, sim, é uma preocupação de todos nós, mas de que forma vão ser
vendidos esses imóveis? Através de uma licitação pública, que tem uma avaliação
feita pela Comissão de Avaliação de Imóveis da Secretaria da Fazenda, que dá um
valor mínimo e, portanto, nenhum candidato a comprar uma dessas áreas poderá
comprar abaixo desse valor mínimo. Vale o argumento de que talvez no momento
mais favorável, no mercado nós poderíamos obter um valor ainda maior do que
aqueles que serão obtidos na licitação pública. Eu acho que é uma interrogação.
Mas nós também entendemos que esses recursos terão uma utilidade específica na
área de habitação popular, apesar de alguns argumentos de que não vai resolver
o problema da habitação popular em Porto Alegre, e nós concordamos, não é
possível que com 5 milhões de reais, adotando-se esse valor, nós possamos ter a
pretensão de resolver o problema da habitação popular em Porto Alegre, mas que
vai resolver uma parte desse problema, eu não tenho nenhuma dúvida.
E, por isso, peço aos nobres
Pares apoio ao Projeto que, entendo, foi bem discutido e não trabalha com a
lógica de vender tudo ou não vender nada. Trabalha com a lógica de vender
alguns imóveis bem avaliados, para destinar a uma causa justa, que é a questão
da habitação popular. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mário Fraga): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE nº 15/95.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, esse Projeto foi extremamente debatido em nossa
Comissão de Finanças e Orçamento, que teve como Relator o Ver. Antonio
Hohlfeldt. Preocupado com alguns detalhes do Projeto, o Relator pediu
Diligência ao Executivo. Essa Diligência voltou e permitiu ao Ver. Antonio
Hohlfeldt fazer o Substitutivo que, eu acredito, tem a concordância, agora, da
Bancada Petista.
O Substitutivo vem corrigir
erros primários que estavam sendo cometidos no Projeto original, porque são
erros de técnica legislativa, e esses erros, com toda a assessoria que tem o
Executivo Municipal, não deveriam constar de projetos que tivessem origem do
Executivo. Esses projetos teriam, por obrigação, que chegar aqui nesta Casa
muito bem estudados, bem elaborados, pelo menos nesse terreno da técnica
legislativa porque são idéias que vêm do Executivo, submetidas ao Legislativo.
Então, deveriam ter esse cuidado da técnica legislativa. Mas o Ver. Antonio
Hohlfeldt corrige esse defeito que tem o Projeto e abre, inclusive, uma
possibilidade que eu não vi no Projeto original, que é a possibilidade do
parcelamento. Parece-me que o Projeto original só tinha a indicação da venda
dos terrenos à vista; o Substitutivo traz a possibilidade de se repartir o
quantum da venda em seis parcelas, corrigidas pelo IGP.
Eu acredito que esse detalhe que cuida o Ver. Antonio Hohlfeldt
vem melhorar o Projeto e torná-lo mais dentro da realidade, até porque nós
sabemos que inexiste moeda suficiente para que, de repente, uma negociação de
vinte e oito terrenos possa se dar de um momento para o outro. O único perigo
que nós corremos ao votar esse Projeto e, de repente, nós aprovarmos tudo o que
está aqui, e eu tenho uma tendência de votar no Substitutivo do Ver. Antonio
Hohlfeldt, e que essa aprovação desses vinte e oito terrenos possam originar um
novo projeto e novos terrenos que sejam colocados no atacado para que essa Casa
possa, novamente, analisar. Isso é um perigo. Esta Casa tem que estar precavida
com relação a esse tipo de dispor do patrimônio público que eu acho que não
deveríamos permitir.
Agora, uma crítica que eu
fazia inicialmente: o Projeto fica aliançado com um programa habitacional,
dentro do Município. É claro que não corrige, mas melhora. Nós temos um
problema habitacional na Capital, o Ver. Dilamar Machado que já foi Diretor do
DEMHAB sabe muito bem que ele jamais será resolvido, enquanto estivermos
mergulhados em crise econômica. Nós estamos mergulhados em crise econômica há
muito tempo.
Agora, quem pensa que não
estamos em crise econômica se engana. Nós estamos em uma crise econômica,
apesar da estabilidade da moeda, apesar de parecer que o País parte para uma
certa normalidade. Nós estamos, ainda, mergulhados em uma crise econômica. Essa
crise atrai muita gente para a Capital. A Capital é um pólo de atração para
essas pessoas que são banidas de regiões interioranas por problemas na área da
agricultura. Vêm para a Capital com o sonho de recomeçar a vida e, aqui,
deparam-se com o mais grave problema para o ser humano: falta de habitação. Não
corrige a situação, mas melhora; por isso somos favoráveis a que o projeto
possa ser votado, ou o Substitutivo com algumas emendas que o aperfeiçoem.
Isso, quem sabe, vai debelar, pelo menos por enquanto, a necessidade de o
Executivo vender imóveis. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Henrique Fontana está com a palavra pelo tempo que lhe cede a Vera.
Maria do Rosário.
(O Ver. Henrique Fontana não
o aceita.)
Encerrado o período de
discussão, em votação o PLE nº 15/95. (Pausa.) O Ver. Antonio Hohlfeldt está
com a palavra pelo PSDB para encaminhar.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, talvez menos na condição de Líder do PSDB e
mais na condição de Relator - para deixar bem claro o encaminhamento - nós
estamos encaminhando favoravelmente: ao Substitutivo que buscou acolher todas
as emendas apresentadas pelos Srs. Vereadores, sobretudo os Vereadores membros
da CEFOR; à Emenda nº 01, de nossa autoria, que resulta de uma questão
levantada pelo Ver. Pujol sobre clareza de redação do art. 3º, ao Pedido de
Destaque que apresentamos na mesma perspectiva levantada pelo Ver. Pujol, que
retira a expressão final "excetuadas as despesas de custeio", do art.
3º. Fica em aberto o Destaque apresentado pelo Ver. Isaac Ainhorn, se não me
engano, em relação ao terreno da Travessa do Carmo que foi motivo de polêmica
com o Ver. Pedro Américo Leal.
. Pessoalmente, eu vou
acompanhar a linha definida pelo partido da situação, ou seja, vou votar pela
reinclusão do terreno da Travessa do Carmo, porque o valor é, praticamente,
metade de todo o Projeto e porque aquele espaço em frente a EPATUR não é
integralmente ocupado; sobra toda uma ponta ainda. Numa das discussões
anteriores eu dizia que já há uma solução para o Feirão pela SMIC.
Preocupa-me o seguinte: aquele espaço tem sido privatizado na
prática, no dia a dia pela Churrascaria Coqueiros, por estacionamentos
privativos de carros, sem que aconteça nada, ou seja, o cidadão normal da
Cidade não utiliza a área. Acho que é melhor darmos encaminhamento concreto,
isto vai acionar a construção civil, vai gerar um conjunto de obras apreciável
no ano que vem. Não vai resolver, como disse o Ver. Luiz Braz, mas vai minorar
o problema da habitação popular, sobretudo levando em conta que não há grandes
projetos de financiamento federal ou estadual.
É neste sentido e até
concordando com a preocupação do Ver. Luiz Braz, diria que não pretendo votar
outro projeto no ano que vem, que fique bem claro, mas acho que em cima desta
questão objetiva que se coloca tem uma lógica, para mim, destaquei isto, temos
muitos vazios urbanos nesta área do Centro da Cidade, com toda uma
infra-estrutura aplicada, é justo que façamos com que esta infra-estrutura gere
espaços que gerem impostos e que, portanto, dêem um retorno ao Município, não
ao Governo, não ao Prefeito Tarso Genro, mas ao Município para poder encaminhar
as coisas.
Porque vejam: uma coisa é o
dinheiro da venda dos terrenos; outra coisa é o dinheiro de impostos que vai
ser gerado a partir disso, na medida que tivermos esses prédios construídos e
portanto os lançamentos individualizados de apartamentos, tudo o que se venha a
realizar, a construir. São dois benefícios pecuniários, além do benefício da
quebra de espaços vazios que como disse, todos conhecemos o documento da FEE
que identifica que o percentual é quase 50% de vazios urbanos. Estas áreas são
muito caras para ficarem ociosas individualmente, por cidadãos, por pessoas que
mesmo tendo feito contratos através de instituições do Município pagam valores
irrisórios para utilizar estas áreas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
O Ver. João
Dib está com a palavra para encaminhar o PLE nº 15/95 pelo PPB.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Esta administração da Prefeitura com a sua
imobiliária, Ver. Isaac Ainhorn, é um caso muito sério, V. Exa. julgava que a
compra do edifício da Rua da Praia até era um bom negócio. Eu ainda não tenho,
evidentemente, o levantamento fotográfico, todos os detalhes, mas posso dizer,
Ver. Isaac Ainhorn, que só vai restar do mesmo a estrutura e as paredes
externas, porque o resto está tudo deteriorado, tudo. E esta administração da
Prefeitura com a sua imobiliária não respeita nada, não respeitou a Câmara na
compra do tal prédio que cai aos pedaços. E não respeitou a Câmara que
apresentou neste Projeto de Lei uma emenda assinada por vários Vereadores. Ora,
se a emenda assinada pelos Vereadores dizia que aquele terreno da esquina da
Getúlio Vargas com a Érico Veríssimo deveria ser incluído nessa venda de
terrenos da imobiliária prefeitural, o terreno não poderia ser construído. Essa
matéria, Ver. Luiz Braz era uma matéria sublege, estava em debate, se vai ou
não vai; a Câmara disse que queria incluir em uma emenda apresentada por 8, 10
Vereadores mas não era um Vereador só. E a Câmara não foi ouvida, o prédio
horroroso foi construído, para desvalorizar a zona, até com muro, que deve ser
muro das lamentações, e ainda tem gente querendo derrubar o muro da Mauá. O
muro da vergonha é aquele lá sim, sem dúvida nenhuma, até pela cor, pelo
cinzento, pela vergonha que expressa, e a Prefeitura não respeitou.
Eu quero dizer que se fosse
essa administração da Prefeitura com essa sua imobiliária aí, o Parque Moinho
de Vento não existiria, foi necessário a administração da ARENA - Aliança
Renovadora Nacional - comprar a área para fazer um parque, esses que aí estão
venderiam a área, mas claro que não comprariam, mas poderiam fazer uma série de
permutas. Para que se façam escolas, praças, campos de futebol, que não tem
nesta Cidade, e essa administração quer vender. Não! A grande medida é a
permuta, porque a Cidade tem necessidade, sem dúvida nenhuma de campos de
futebol. Quantos campos de futebol poderiam ser feitos com o terreno da EPATUR
que está avaliado em R$ 814.000,00. Quantos campos de futebol nós levaríamos a
nossa juventude, aos nossos clubes amadores que não têm onde jogar futebol,
quantos campos de futebol faríamos numa permuta? É do mais alto e relevante
interesse público, mas a Administração da Prefeitura quer dinheiro.
Fui servidor do Serviço de
Habitação Popular, depois do Departamento Municipal da Casa Popular, não fui do
DEMHAB, porque quando se transformou em Autarquia eu já não estava lá. Sei tudo
sobre casa popular, Ver. Henrique Fontana. Mas, esta Prefeitura só quer
vender... O Ver. Henrique Fontana conseguiu alterar o meu raciocínio e me
perdi, não gosto de aparte anti-regimental, assim ele conseguiu alguma coisa,
conseguiu, é um fato ocasional, mas acontece.
De qualquer forma, os
terrenos devem permanecer na guarda da Prefeitura. O melhor dos Prefeitos que
esta Cidade teve, José Loureiro da Silva, me ensinou. Devem ser compradas áreas
para que a Prefeitura possa permutar e implantar o Plano Diretor. Lembro do dia
em que entrei no seu gabinete, e ele, com a maior satisfação, me dizia que
havia comprado um terreno na esquina da Lima e Silva com a Av. Ipiranga por
cinco milhões de cruzeiros. Eu lhe disse: "O Senhor fez um grande negócio,
por isso que está tão contente? " Ele respondeu: "Não. Está pensando
que comprei para mim? É um altíssimo negócio! Comprei para a Prefeitura".
Era tão verdade ser importante que lá tem uma escola. Foi feita lá a PROCEMPA.
Se o Prefeito Loureiro da Silva, na sua inteligência, na sua sensibilidade, no
seu amor à Cidade, tivesse vendido alguns terrenos em vez de comprar outros,
esta Cidade talvez tivesse mais problemas. Então, permutem-se os terrenos e
nada de vendas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o PLE nº 15/95.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na discussão deste Projeto de Lei,
muito se falou em coerência entre o discurso e a prática. Eu estou
absolutamente tranqüilo com o voto favorável que irei dar ao Projeto de Lei,
porque estou mantendo como sempre, bem sabem os presentes, coerência entre a
minha prática e o meu discurso.
De há muito, eu sustento que
os recursos do Departamento Municipal de Habitação são extremamente exíguos,
pequenos, insignificantes, diante da magnitude do problema que tem que
enfrentar. Se tem uma oportunidade agora de, paliativamente, minorar essa
escassez de recursos, eu não vou perder essa oportunidade de, votando a favor
da venda desses terrenos, melhorar as condições do DEMHAB para fazer frente ao
problema imenso que tem pela frente.
A oportunidade nos
permitiria alguns devaneios de voltarmos a posições anteriores, a reafirmarmos
a nossa mágoa com a desatenção com que a Administração Municipal tem dado ao
problema habitacional com a formulação de um Orçamento ridículo, para o
Departamento Municipal de Habitação, que propõe gastar não mais do que 0,4% do
seu orçamento em habitação popular. Mas isso é pouco relevante nesta hora, como
também não é muito relevante a opinião filosófica e doutrinária a respeito de
que o Município deve ou não manter essas áreas ociosas do seu patrimônio
esperando que em determinado momento ele possa utilizá-las em alguma permuta.
Essa sempre foi uma posição coerentemente defendida pelo Ver. João Dib, que
sempre entendeu assim. Em discussões aguerridas e fervorosas que mantivemos com
S. Exa., muitas vezes, entendíamos, numa espécie de concordância com ele, que o
ideal seria que esses terrenos, que se quer vender para passar recursos para o
DEMHAB, fossem simplesmente passados para o DEMHAB, pois este depois haveria de
desová-los sucessivamente, não num bolo só, e aí progressivamente iria obtendo
recurso ou fazendo até mesmo permuta por áreas adequadas à habitação popular.
Agora, Sr. Presidente,
manter esses terrenos ociosos no patrimônio do Município é penalizar a Cidade
duas vezes, até porque, a partir do momento em que eles forem comercializados,
essas áreas, que hoje são imunes à tributação, passarão a ser tributadas como
terrenos e, amanhã, como prédios, porque não acredito que alguém vá comprar
esses imóveis para não edificar, para não construir, para não ensejar o
surgimento de novas habitações, de novos equipamentos comerciais ou de qualquer
tipo de construção, todas tributáveis pelo Poder Público.
Então, Sr. Presidente, a
nossa posição é favorável ao Projeto de Lei, e eu quero antecipar que o
Substitutivo do Ver. Antonio Hohlfeldt, com as Emendas que sugerimos - e que
ele, habilmente, as colocou -, com o destaque supressivo por nós proposto,
satisfaz o nosso ponto de vista. É evidente que restaria o Destaque do Ver.
Isaac Ainhorn a respeito da retirada do
terreno da Av. Loureiro da Silva, do rol dos imóveis a serem vendidos.
Apesar de ser esta posição sustentada por Vereadores que eu tenho o maior
apreço, com os quais eu tenho me articulado com freqüência nesta Casa, eu quero
lisamente, como sempre faço, dizer que, neste particular, optarei pela
reinclusão do terreno no rol dos terrenos a serem vendidos, à medida em que
entendo que a ociosidade do terreno é absoluta e portanto aquela área não pode
ficar ali, no Centro da Cidade, a desafiar inclusive o próprio consenso da
população que, perplexa, vê, encravada em uma das principais artérias da
Cidade, uma considerável área sem o menor aproveitamento.
Reafirmo esta posição clara,
tranqüila e objetiva: sou a favor do Projeto, com uma demonstração clara de
que, nesta Casa, nós não temos poupado esforços para dotar o DEMHAB e a
habitação popular de recursos adequados para que cumpra as suas finalidades e
volte a atuar no Município que, lamentavelmente, não tem atuado atualmente por
falta de recursos, por falta de meios, recursos e meios esses que queremos
compensar com a nossa decisão de agora. Era isso, Sr. Presidente. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. ISAAC
AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente. A Questão de Ordem ampara-se no princípio de
esclarecimento de votação. Eu perguntaria a V. Exa. se primeiro vota-se o
Projeto, ou melhor, os Destaques aos Substitutivos e as Emendas e Destaques ao
Substitutivo?
O SR.
PRESIDENTE:
Vota-se o Substitutivo nº 01, com ressalva dos Destaques e da Emenda nº 01.
Colocamos em votação o
Substitutivo nº 01, ao PLE nº 15/95, com ressalva dos Destaques e da Emenda nº
01.
Requerimento de autoria do
Ver. Antonio Hohlfeldt, solicitando votação nominal.
O SR.
PRESIDENTE (Airto Ferronato): Em votação o Substitutivo nº 01, com ressalva dos
Destaques e da Emenda. (Após a chamada.)
APROVADO o Substitutivo nº 01 ao PLE nº 15/95 por 28 votos SIM e 01 voto NÃO.
Passamos à votação das
expressões destacadas.
Em votação a expressão
"excluídas as despesas de custeio", do final do art. 3º, do
substitutivo nº 01 ao PLE nº 15/95, destacada por solicitação do Ver. Antonio
Hohlfeldt. A votação será nominal. (Após a chamada.) REJEITADA a expressão "excluídas as despesas de
custeio", do final do art. 3º, do Substitutivo nº 01 ao PLE nº 15/95 por
05 votos SIM, 23 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO. Fica retirada do texto, portanto, a expressão rejeitada.
Colocamos em votação o item
10 do Quadro Anexo nº 01 do Substitutivo nº 01 ao PLE nº 15/95, destacado por
solicitação do Ver. Isaac Ainhorn. (Pausa.) o Ver. Isaac Ainhorn está com a
palavra para encaminhar.
O SR. ISAAC
AINHORN:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ressalvamos a venda do lote que se refere a
Travessa do Carmo, correspondendo ao item 10, do Quadro Anexo I do Substitutivo.
Ressalvamos essa área no mesmo espírito ecológico que o Ver. Gregol quer
preservar áreas diversas na Cidade. Nós entendemos, Vereador, que o Lote 1 da
Travessa do Carmo, na Perimetral, onde se encontra o Feirão do Produtor, é uma
reserva estratégica do Município. Eu quero dizer que eu me manifestei e votei a
favor do Projeto do Executivo, porque eu entendo que é válido, sobretudo pelas
finalidades que tem. Mas, Srs. Vereadores, há áreas e áreas. A comunidade do
entorno rejeita a venda. Eu tenho, aqui, a manifestação da comunidade do
entorno, e a comunidade tem um valor importante em relação a estas decisões. Eu
sei, e até compreendo, a Bancada do PT é uma bancada disciplinada. Eu não vou
dizer obediente a um princípio leninista do centralismo democrático, porque,
pelo menos, no discurso, abdicaram e abriram mão dos princípios leninistas do
centralismo democrático. Agora, ela vem coesa. Eu acho isso bonito, eu acho
isso positivo, é um belo exemplo que a Bancada dá.
Mas eu sei que houve
Vereadores que questionaram a alienação desta área para, ali, colocar um
espigão, sem um estudo maior da viabilidade de fazer isso naquela área, quando
aquela área é um espaço de manifestações políticas, manifestações da população.
Aquilo ali é uma reserva estratégica da Cidade, do Município, quem sabe, até,
para construir um Centro Administrativo, uma escola. É conhecida como Largo da
EPATUR. Só não tem o nome oficial. Então, é o Largo da EPATUR, Ver. Artur
Zanella. De consciência, esta Câmara tem a responsabilidade, sim, de mostrar
que aprovou o Projeto, mas que, também, tem a mesma responsabilidade e o mesmo
rigor em limitar o alcance das alienações pretendidas pelo Sr. Prefeito, até no
sentido de alertar o Sr. Prefeito, porque eu acho que aquela área pode
representar uma futura negociação e permanecer com a totalidade do retângulo,
porque, amanhã, ela pode permutar a área do edifício com os proprietários e ser
proprietária de toda aquela área, e aquilo tem um valor estratégico, quer seja
como área verde, quer seja como o que já existe lá consagrado, o Feirão do
Produtor, o uso da comunidade daquela área, ou quem sabe até, amanhã, uma
construção importante dentro do Município, seja para a administração pública,
seja para uma escola, para um espaço cultural no conjunto da Cidade.
Por isso, como Vereador,
chamo a atenção de meus Pares e faço um apelo no sentido de que reflitam. Por
isso fiz o destaque. Os Vereadores da bancada situacionista sabem que este
Vereador não está votando para criar um problema para a Administração. Não, a
visão deste vereador é aquilo que denomino interesse público. Acho que do ponto
de vista de mérito, a alienação desta área da Travessa do Carmo representa uma
alienação contrária ao interesse público, contrária à vontade da comunidade ali
presente, contrária ao Feirão do Produtor, contrária a todos que usam aquele
espaço. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Henrique Fontana está com a palavra para encaminhar o item 10, do Quadro
Anexo nº 01, do Substitutivo nº 01 ao PLE nº 15/95.
O SR. HENRIQUE
FONTANA:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Acho que o Ver. Isaac Ainhorn trouxe duas
confusões para o nosso debate: a primeira, trazer um argumento ecológico para
um debate que não está lidando com essa questão. Mas ele não encontrou guarida
com a sua provocação de debate, porque não vamos por esse lado do argumento.
A segunda confusão, mais
importante, é que temos que tentar esclarecer o Plenário de que não se está
aqui autorizando o Município de Porto Alegre a vender o Largo da EPATUR. O
Vereador, ou por má-informação, ou para tentar jogar com a emoção do Plenário,
trabalha com a idéia de que estaríamos autorizando a venda do Largo da EPATUR.
Não. Estamos autorizando a venda de um terreno que fica atrás de uma área já
construída e que hoje é utilizada como estacionamento de uma churrascaria que
tem na Travessa do Carmo, que é a Churrascaria Coqueiro. É essa área que a
Câmara de Vereadores, se, por maioria, mantiver o texto original, estará
autorizando a venda. Eu diria ao Ver. Isaac Ainhorn que eu prefiro, sim,
autorizar a venda de uma área que está sendo usada para estacionamento da
Churrascaria Coqueiros em troca da possibilidade de garantir, por exemplo, 200
habitações populares que é o que pode garantir um projeto de habitação popular
com o recurso desse terreno que será vendido. Por que não se trata de qualquer
terreno? De fato, ele garante, praticamente, 1/4, alguns dizem 1/3 do valor
estimado do Projeto todo que estamos votando.
Nós queremos só reforçar
esse argumento: não se está aqui autorizando a venda do Largo da EPATUR que
estará plenamente preservado, o que nós estaremos autorizando, se por maioria a
Câmara assim decidir, é a venda daquela área que hoje é ocupada para
estacionamento da Churrascaria Coqueiros. A feira que se desenrola no Largo da
EPATUR continuará se desenrolando normalmente, e os feirantes participaram e
estão de acordo com esta modificação que está sendo proposta aqui. Informação,
inclusive, que ainda me confirmava o Ver. Antonio Hohlfeldt que foi relator da
matéria e que checou a informação junto à SMIC. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Encerrados os encaminhamentos, em votação o item 10 do Quadro Anexo nº 01, do
Substitutivo nº 01 ao PLE nº 15/95. O Ver. Antonio Hohlfeldt solicita votação
nominal. (Após a chamada.) APROVADO
o item 10 do Quadro Anexo nº 01, do Substitutivo nº 01 ao PLE nº 15/95 por 21
votos SIM, 05 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO. Está mantido no texto, portanto, o item 10.
Em votação a Emenda nº 01 ao
Substitutivo nº 01 ao PLE nº 15/95. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA.
Tendo em vista a aprovação
do Substitutivo nº 01 ao PLE nº 15/95 ficam prejudicados o Projeto original e
as Emendas a ele apostas. Está encerrado o processo de votação do PLE nº 15/95.
A Mesa comunica que defere
Requerimento de autoria do Ver. Lauro Hagemann, solicitando a retirada de
tramitação da Emenda nº 20 ao PLCL nº 21/95.
Apregoamos o recebimento da
Emenda nº 21, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn e assinada pelo Ver. Reginaldo
Pujol ao PLCL nº 21/95. (Lê a Emenda nº 21.)
Vamos apregoar a
apresentação do PR nº 47/95, encaminhado pela Mesa Diretora, que propõe a
criação de um cargo de Oficial de Transporte II. Configura-se a necessidade
urgente de criação desse cargo com a finalidade de viabilizar o retorno do
funcionário aposentado ao exercício, em razão de não ter sido registrada a sua
inatividade pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, tendo em
vista o não reconhecimento, por parte daquela Corte, do tempo de serviço
computado pelo servidor.
Apregoamos, também, a Emenda
nº 01, de autoria do Ver. João Dib, ao PLL nº 112/95. (Lê a Emenda nº 01.)
O SR. WILTON
ARAÚJO:
Requeiro a V. Exa. que seja revisada a posição quanto à realização de uma Sessão
Extraordinária na parte da tarde, hoje. Em conversas informais no Plenário,
senti que a grande maioria dos Vereadores - e V. Exa. talvez já tenha sentido
isso - têm agendada uma série imensa de compromissos. É claro que a prioridade
seria a convocação de V. Exa. Apelaria para a sensibilidade de V.Exa. para que
pudéssemos realizar na segunda ou na terça à tarde, já com um mapa dos Projetos
e, quem sabe, até um cronograma dos Projetos que seriam votados até o último
dia.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa não tem resistência a isso. Convocamos essa Sessão por conversas que
tivemos na quarta-feira passada. Temos necessidade da convocação de uma Sessão
Extraordinária. Seria, então, na segunda ou na terça-feira. Veremos se não há
Sessões Solenes.
O SR. LUIZ
BRAZ: Temos
na terça-feira as reuniões de comissões. A Comissão de Finanças, a qual eu
presido, já tem agendada para terça-feira a vinda do Secretário dos Transportes
para discutir assunto extremamente importante e vinculado a Projetos que serão
votados nesta Casa. Pediria que a terça-feira à tarde não fosse utilizada.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT: Somo-me
à posição do Ver. Wilton Araújo, porque é mais importante, hoje, podermos fazer
a reunião das Lideranças, estabelecendo as quotas de que projetos cada Bancada
vai definir como suas prioridades, assim como o próprio Executivo, tentando
evitar uma eventual convocação extraordinária. Teríamos a possibilidade de
fazer as Sessões normais na segunda e quarta, e as extraordinárias, na terça e
quinta pela manhã, podendo continuar à tarde, posteriormente a outros
compromissos que já estão agendados, quer dizer, completando a nossa Pauta.
Acho que aí prepararia todos os Vereadores, sabendo que na semana que vem temos
que dar prioridade a isso. Essa é a minha sugestão.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa acolhe. Gostaríamos
de registrar que esta convocação de hoje à tarde foi basicamente uma conversa
que tivemos na quarta-feira à tarde. Srs. Líderes, nós vamos manter a nossa
reunião de Mesa e Lideranças hoje, às 14h? (Pausa.) Mantida a reunião.
Já havíamos comunicado a
todos os Vereadores e voltamos a comunicar: todos os Srs. Vereadores que
tiverem algum Projeto em Pauta e que entenderem que ele deva ser discutido e
encaminhado nesta semana - dias 11, 13 e 15 -, indispensavelmente devem comunicar
ao Líder da Bancada ou à Presidência, para que nessa discussão não seja
excluída a possibilidade de que seu Projeto venha a ser apresentado. Agora, a
Mesa não conhece a pretensão de cada Vereador. Conversemos ou com os Líderes ou
com a Mesa.
Recebemos o Of. nº 639/95,
encaminhado pelo Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre, na data de ontem, em
resposta à Diligência requisitada pelo Ver. Isaac Ainhorn, referente ao PLCE nº
028/94. (Lê.)
O SR. ISAAC
AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, esse Processo está chegando à Casa e
chegou ao meu gabinete o conhecimento de que o Sr. Prefeito atendeu parte da
Diligência, encaminhando a Exposição de Motivos, porque o Projeto não continha
Exposição de Motivos, embora a Lei Orgânica exija. Mas, cumpriu a Diligência e
agora temos uma outra parte no encaminhamento desse Processo, que é aquela
questão que não foi cumprida ainda, mas que nós acreditamos que podemos nos
empenhar e resolver o problema, sanando aqui na Casa, que é a questão da ampla
divulgação por se tratar de um Código. Temos certeza de que isso vai acontecer
aqui para procurar sanar esse importante instrumento da Cidade. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE:
Srs. Vereadores, novo Ofício, de nº 638/95, encaminhado pelo Sr. Prefeito
Municipal de Porto Alegre, na data de ontem, endereçado a esta Presidência, em
resposta à Diligência formulada pelo Ver. João Dib, integrante da Comissão de
Economia, Finanças e Orçamento, através do Of. nº 3555/95, de 06-11-95,
referente ao Proc. nº 1444/95, PLE nº 35/95. (Lê.)
PROC. 0150/95 – PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 001/95, que autoriza a venda de áreas de propriedade
do Município de Porto Alegre, situadas no Porto Seco. Com Mensagem Retificativa e Emendas nºs 01, 02 e 03.
PARECERES:
- da CCJ. Relator Ver. Isaac
Ainhorn: pela aprovação do Projeto, da Mensagem Retificativa e das Emendas nºs
01 e 02;
- da CEFOR. Relator Ver.
Artur Zanella: pela aprovação do Projeto, da Mensagem Retificativa, das Emendas
nºs 01 e 03, e pela rejeição da Emenda nº 02.
Obs.:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, VIII, da
LOM;
- incluído na Ordem do Dia
por força do Art. 81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE: Em
discussão o PLCE nº 01/95. (Pausa.) O Ver. Artur Zanella está com a palavra
para discutir.
O SR. ARTUR
ZANELLA:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores. É importante, na votação desse Projeto, que se
tenha uma idéia do que aconteceu em 1975, quando a Prefeitura Municipal de
Porto Alegre pediu recursos ao BNH para melhoria do 4º Distrito, o Projeto
CURA. Na época, chamava-se Comunidade Urbana de Recuperação Acelerada. O BNH
fez o empréstimo, mas o Dr. Carlos Alberto Azevedo Kumb obrigou a Prefeitura a
construir um local para retirar do 4º Distrito as transportadoras. Então, o do
Porto Seco não é como o projeto anterior - uma especulação imobiliária - mas,
sim, uma exigência da época do BNH, hoje da Caixa Econômica Federal, e é,
também, uma exigência do processo de recuperação do 4º Distrito. O único erro
desse Projeto está na denominação: Projeto Padroeira. Como se N. Sra. dos
Navegantes fosse a Padroeira de Porto Alegre! Os que mandam na Cidade fazem da
N. Sra. dos Navegantes a Padroeira da Cidade, quando não é!
O Sr. Prefeito Municipal
mandou o Projeto sem a localização exata dos terrenos e mandou uma Mensagem
Retificativa. Eu apresentei as Emendas de números 1 e 2; estou, agora,
retirando a Emenda nº 2 porque a Emenda nº 3 define as condições de venda,
menos o preço, que deve ser enviado pelo Poder Executivo, isso fruto de
exigência da lei federal - a Lei das Licitações. Não estamos votando portanto,
o preço dos terrenos do Porto Seco. Ficou acertado com o Secretário da SMIC, em
projeto futuro, ele vai definir o preço dos terrenos. No meu Parecer eu sugeri que
ele utilizasse, como parâmetro, os terrenos do Distrito Industrial da Restinga.
Por que isso? Porque aqueles não servem para vendas imobiliárias, mas serão
utilizados por empresas industriais.
O Porto Seco, por sua vez,
deve levar para lá as empresas transportadoras. Sugeri, no meu Parecer, que o
Poder Executivo - e só o Poder Executivo pode fazer isso - tenha uma legislação
em que não se permita às transportadoras que forem para o Porto Seco terem um
novo alvará naquela área. Faz-se um Porto Seco com terreno subsidiado,
transporta-se a empresa para lá e entra outra no 4º Distrito! Mas, isso é o
Governo Municipal que tem que fazer.
E também o prazo de vendas,
Sr. Presidente e Srs. vereadores. As primeiras vendas foram em 120 meses, isto
dá 10 anos para pagamento; depois, passou para 60 meses, o que dá cinco anos; e
preconizo que o prazo fique em 3 anos, igual ao Distrito Industrial da
Restinga, para fazer mais atrativos aqueles terrenos, de forma que as empresas
transportadoras que estão liquidando, ainda, a pavimentação do 4º Distrito, se
transportem para lá.
Este é o teor do meu
Parecer, alertando, novamente - sei que poucos Vereadores me escutam - que não
estamos votando o preço dos terrenos; quem tem que mandar o preço dos terrenos,
segundo lei federal, é o Executivo, em projeto de lei futuro, que está previsto
na minha Emenda. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Geraldo de Matos Filho): Antes de passarmos a palavra ao próximo orador,
gostaríamos de registrar, no dia de hoje, o aniversário de nossa companheira
Vera. Maria do Rosário, desejando a ela muitas felicidades, saúde e paz,
juntamente com seus familiares e amigos.
O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para discutir o PLCE nº 01/95.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este Projeto de Lei foi encaminhado
à Casa no dia 06.01.95 e de lá a esta data tem tramitado e ensejado amplas
negociações acerca da matéria. O Ver. Artur Zanella, que examinou a matéria na
Comissão de Finanças e Orçamento, acaba de usar a tribuna e oferece
esclarecimentos pertinentes, dizendo, em última análise, que a matéria tem
condições de receber a nossa aprovação.
Em 27 de abril do corrente
ano, quando do exame da matéria na Comissão de Constituição e Justiça, onde o
exame deveria se cingir à juridicidade da matéria, o Ver. Isaac Ainhorn, na
conclusão do seu Parecer, coloca que há posições, no entanto, que entendem que
deva ser o preço mínimo de venda definido na própria lei. Esse Parecer foi
unanimemente aprovado na Comissão de Justiça.
Agora, o Ver. Artur Zanella,
com a autoridade de quem esteve com este Projeto um longo período solicitando
diligências, procedendo negociações, esclarece que não está sendo discutido,
neste momento, o preço da venda dos terrenos. Ou seja, os valores do lote, o
valor do metro quadrado a ser cobrado, os critérios de venda, enfim, serão
objetos de uma segunda lei a ser oportunamente encaminhada à Casa. Essa dedução
é absolutamente pertinente na medida em que o Projeto de Lei autoriza a venda
de áreas de propriedade do Município de Porto Alegre situadas no Porto Seco e
que no art. 4º diz que a venda das áreas que se originarem da gleba
identificada na planta em anexo dar-se-á sempre através de concorrência pública
cujos critérios da habilitação e seleção constarão detalhadamente nos
respectivos editais.
Diz mais: "O critério
de seleção será o de maior preço por metro quadrado não podendo o preço
ofertado ser inferior ao preço mínimo por metro quadrado estipulado pelo
edital." Conclui: “As vendas dos terrenos poderão ser feitas à vista ou a
prazo”.
Ora, Sr. Presidente, esses
critérios, como se vê, são bem amplos e foram amarrados mais ainda, porque na
instrução ocorreram algumas emendas, especialmente a Emenda nº 02, que
acrescenta o parágrafo 3º, que diz: "Lei específica fixará as demais
condições de venda do lote, principalmente o prazo de pagamento, o índice de
correção das prestações e as multas contratuais por eventuais atrasos nos
pagamentos." Acredito que é fundado na convicção de que esta Emenda será
aprovada. O Ver. Artur Zanella, de forma explícita, manifesta a sua posição de
segurança quanto à aprovação do Projeto sem o risco de que a Casa pudesse estar
oferecendo um cheque em branco para a Administração Municipal.
Mas eu queria; Sr. Presidente,
relembrar algumas situações pretéritas, de vez que eu temo, Ver. Zanella, que
essas correções introduzidas aos projetos através de Emendas ficam suscetíveis
do Veto da Administração Municipal que, tradicionalmente, tem vetado as Emendas
corretivas que esse Legislativo tem feito em inúmeras matérias.
O Sr. Artur
Zanella: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Precavendo-me contra esse
tipo de coisa, eu requeri uma audiência com o Sr. Secretário da Indústria e
Comércio, e eu pedi que o Ver. João Verle me acompanhasse para que nós
tivéssemos uma posição definida e oficial da Administração do Município, que
concordou com as sugestões apresentadas, concordou com as Emendas. Eu creio que
este perigo não existe neste caso, tendo em vista que o Ver. João Verle e eu
participamos da reunião e também o Sr. Secretário, também tratado popularmente
como “Zeca”.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Agradeço a V. Exa. e até diria que nos precavendo, eu gostaria, não
desmerecendo a sua palavra, de dizer que ouvi da Liderança do PT uma
confirmação dessa disposição na medida em que...
O SR.
PRESIDENTE:
Ver. Reginaldo Pujol, o Ver. João Dib se inscreve e cede o seu tempo a V. Exa.
com a aquiescência do Ver. Luiz Braz.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sou grato ao Ver. João Dib.
O Sr. João
Verle: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Felizmente o meu Líder não
tem condições de responder o questionamento de V.Exa., mas eu posso confirmar
que estive com o Ver. Zanella, que negociamos com o Secretário José Luiz Viana
Moraes e que o Projeto tal como está com as Emendas não corre nenhum risco. No
Executivo será sancionado e que há concordância também de remeter outro
projeto, quando da venda dos terrenos com os preços para ser aprovado por esta
Casa.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Eu fico muito grato com o aparte de V. Exa. e acho que tem todas as
condições de falar em nome do Partido dos Trabalhadores, que nós sabemos da sua
responsabilidade e, sobretudo, da autoridade moral que V. Exa. tem,
relativamente, ao empenho da palavra da Administração Municipal, aqui, nesta
Casa. Assim, logro êxito na provocação oportuna que faço no sentido de ver
constar, nos Anais da Casa, Projeto decorrente de uma ampla e alongada
negociação, do qual resultam algumas emendas, estas de autoria do Ver. Artur
Zanella, que foram objeto dessa negociação, amplamente definidas, aceitas pela
Administração Municipal - que, inclusive, compromete-se pela palavra abalizada
e credenciada do Ver. João Verle - na oportunidade remeter o novo Projeto de
Lei com essas definições que trata a Emenda nº 2, estabelecendo no seu § 3º,
art. 4º diz, claramente, que lei específica fixará as demais condições de venda
do lote, principalmente, prazos de pagamento, índice de correção nas prestações
e nas multas contratuais por eventuais atrasos nos pagamentos. Essa, associada
com a Emenda nº 1, que cria o § 2º do mesmo art. 4º, prevendo que o preço
mínimo por metro quadrado será estabelecido, com referência ao preço de
mercado, consideradas as verificações do local, fixado por lei específica, dá a
todos, nesta Casa, a tranqüilidade de votar favoravelmente ao Projeto, com as
emendas oportunamente, cautelosamente, precavidamente, inseridas no seu texto
pela diligência do nosso companheiro de jornada, Ver. Artur Zanella.
Era isso, Sr. Presidente,
que queríamos colocar, dizendo que nesta linha vamos acompanhar a recomendação
do Ver. Artur Zanella, votando o Projeto com as suas emendas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLCE nº 01/95.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, o Projeto que é encaminhado a esta Casa e que
está em votação traz, praticamente, a mesma Exposição de Motivos do primeiro
Projeto que foi votado aqui, com o mesmo objetivo: tirar empresas de transporte
do 4º Distrito e levá-las para um setor específico da Cidade, o chamada
"Porto Seco". A argumentação utilizada é exatamente esta: caminhões
pesados rodando por rodovias do 4º Distrito, estraçalhando aquelas vias e
prejudicando um setor da Cidade. Então, tem que levar esse transporte pesado
para um só local, onde se trataria apenas das transportadoras.
Acredito que essa medida não
vai resolver os problemas, porque nós vamos votar este Projeto, vamos retirar
de lá algumas empresas, talvez outras se estabeleçam e de repente a coisa fica
igual. Acredito que este Projeto deveria ser acrescido de uma transformação do
Plano Diretor que não foi votada ainda e que impedisse que empresas de
transporte continuassem a se estabelecer no 4º Distrito, obrigando a que essas
empresas saíssem de lá e fossem imediatamente para o "Porto Seco".
Essas reformas do Plano Diretor, não sei se estão inseridas no bojo do Projeto
que nós devemos receber nesta Casa e possivelmente votarmos no ano que vem, não
sei; mas, o que nós escutamos de comentários na Cidade, parece que os vários
setores da sociedade já discutiram o Projeto do Plano Diretor, as modificações,
faltando, é claro, esta Casa Legislativa, a Câmara Municipal ainda não fez a
discussão. Só espero que o Projeto não chegue aqui, Ver. João Dib, e seja
empurrado goela abaixo dos Vereadores para ser votado em uma semana. Espero que
quando chegue aqui não digam que já foi discutido por toda a sociedade e que
nós não precisamos discutir mais, temos só que aprovar. De repente, nós seremos
pressionados pelo art. 81 e vamos ser obrigados a votar esse Projeto de uma
hora para outra. Mas, as modificações do Plano Diretor, acredito que devam
trazer modificações também, por exemplo, para a área do 4º Distrito, porque acredito
que essas modificações poderiam vir a justificar e talvez, a qualificar esse
Projeto que vamos votar agora.
O Sr. Giovani
Gregol: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ouço com atenção e percebo
que V.Exa. faz comentários procedentes. Gostaria de reforçar apenas a
necessidade de que essas mudanças sejam acompanhadas de mudanças no Plano
Diretor.
Aliás, parece-me, vamos
votar mudanças no Plano Diretor no próximo ano. Só que entendo que essas
mudanças específicas não precisariam vir antes dessa votação. Nós podemos votar
isso hoje e, depois, coerentemente, com essa decisão, podemos mudar o Plano
Diretor.
Quero lembrar o caso do
Bairro Anchieta, do Jardim da Resistência, que lembra o nosso querido
ex-Vereador Valneri Antunes, que tanto lutou ali. O Bairro Anchieta sofre
problemas seríssimos por causa da localização irregular de grandes empresas de
transporte, que deveriam estar localizadas no fim do Porto Seco.
O SR. LUIZ
BRAZ: Esta
correta a colocação de V.Exa. Eu só estou lembrando a necessidade de mudar o
Plano Diretor, não estou dizendo o que deveríamos fazer. Agora, há a
necessidade de mudar o Plano Diretor para qualificarmos a idéia de fazermos com
que aquelas empresas se transportem para o Porto Seco.
Aliás, o Ver. Artur Zanella,
com uma das suas emendas, propicia a qualquer empresa a compra dessas áreas. O
Ver. Artur Zanella, numa das suas emendas, dá 36 meses de prazo para se pagar
um terreno. Onde encontraremos um negócio imobiliário nessas bases? Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Encerrada a discussão, em votação o PLCE nº 01/95. O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra para encaminhar.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, fiz questão de encaminhar esse Processo, em nome
do PSDB, para destacar que os dois Projetos de hoje tiveram uma participação
fundamental da nossa Comissão de Finanças e Orçamento. Em ambos os Projetos os
seus respectivos relatores, eventualmente num deles eu, e em outro o Ver.
Zanella, mas a Comissão como um todo, através dos Vereadores Luiz Braz, João
Verle e Dib tivemos a oportunidade de intervir no Processo e fazermos emendas,
eventualmente, até o Substitutivo, discutirmos com o Executivo e chegarmos a
uma mediação. Isso é significativo e evidencia a importância que a CEFOR tem no
processo legislativo, nessas situações.
Faço esse destaque, porque
são duas contribuições bem pontuais e significativas em dois Projetos imensos
para a Cidade e que trazem grande repercussão. Realmente a CEFOR pode intervir
e fazer encaminhamento de melhoria, estabelecendo condições dessa negociação
que é fundamental para Porto Alegre. Acompanho o voto do Ver. Zanella, enquanto
Relator do Processo, como fiz na Comissão, sendo favorável tanto ao Projeto e
às Emendas tal como ele relatou. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mário Fraga): Encerrados os encaminhamentos, em votação o PLCE nº 01/95. Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação a Mensagem
Retificativa ao PLCE nº 01/95. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 01 ao
PLCE nº 01/95. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 02 ao
PLCE nº 01/95. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.
Em votação a Emenda nº 03 ao
PLCE nº 01/95. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
O SR. JOÃO DIB
(Requerimento): Estou submetendo à consideração da Mesa que faça a votação dos Projetos
das páginas 11, 12, 13, 14, 15 e 18. Esses não têm debate.
O SR. GIOVANI
GREGOL: Sr.
Presidente. Não sou contrário ao Requerimento do nobre Ver. João Dib. Apenas
gostaria que essa lista fosse encabeçada pelo Projeto de Lei deste Vereador,
que já foi discutido. É a 3ª Sessão que está em pauta, que é importante para a
Cidade criar um Conselho de Meio Ambiente, e que não deve ser polêmico. É um
Projeto que tem três anos e meio de tramitação na Casa.
O SR. ARTUR
ZANELLA:
Quero alertar o Ver. Giovani Gregol que esse do Conselho eu vou discutir
novamente.
O SR. GIOVANI
GREGOL (Requerimento): Eu faço, então um Requerimento diverso de que seja votado na ordem.
Primeiro o PLCL nº 25/94, de fl. 07, e, depois, na mesma ordem que o Ver. João
Dib apresentou.
O SR.
PRESIDENTE: Primeiro
colocaremos em votação o primeiro Requerimento que entrou na Mesa, o do Ver.
João Dib. Se for aprovado, vamos colocar em votação o Requerimento do Ver.
Giovani Gregol.
Em votação o Requerimento de
autoria do Ver. João Dib, solicitando sejam votados os Projetos constantes das
folhas 11, 12. 13, 14, 15 e 18, respectivamente, PLL nºs 83, 100, 107, 109 e
112/95 e PR nº 41/95. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO contra
os votos dos Vereadores Giovani Gregol e Guilherme Barbosa.
O SR. PAULO
BRUM (Questão de Ordem): Em relação ao processo da fl. 14 há um Requerimento de adiamento.
O SR. GIOVANI
GREGOL (Requerimento): Faço um novo Requerimento, que o Projeto de fl. nº 07 seja votado,
agora, em 1º lugar e depois siga a ordem já estabelecida, recém aprovada. Estou
apresentando um novo Requerimento.
O SR. NEREU
D'ÁVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, houve aprovação por este Plenário de
uma seqüência. É evidente que está incluído o de fl. 07. Ele está absolutamente
prejudicado.
O SR.
PRESIDENTE:
Este Presidente entende que qualquer requerimento pode entrar a qualquer hora.
O SR. EDI
MORELLI (Questão de Ordem): O meu encaminhamento é no mesmo sentido do Ver.
Nereu D'Ávila. Uma vez que foi aprovado o Requerimento do Ver. João Dib, que
sejam votados esses processos, os quais, ele enumerou; o Requerimento do Ver.
Giovani Gregol está prejudicado.
O SR. MILTON
ZUANAZZI:
Sr. Presidente, eu acho que nós podemos votar todos os projetos com a maior
tranqüilidade, inclusive, o Projeto das funerárias, aparentemente, com 20
Emendas. Não há, praticamente, nenhuma emenda com polêmica. Parece-me que há
uma certa angústia que nós não votemos hoje. Eu votei a favor do Requerimento
do Ver. João Dib, no sentido de que pegássemos esses projetos, que não têm
discussão, e votássemos hoje. Não me parece que o intuito seja deixar os demais
para que não sejam votados, até porque, vamos estar empurrando isso para 2ª ou
3ª feira, e nós numa questão de 15 ou 20 min estaremos liquidando o assunto.
Pediria ao Ver. Giovani Gregol que mantivesse essa ordem.
O SR. PRESIDENTE: A Assessoria informa que está prejudicado o Requerimento do Ver.
Giovani Gregol.
Solicito ao Ver. Edi Morelli
que assuma a Presidência.
O SR. MÁRIO FRAGA: Sr. Presidente, só para esclarecer que esse Projeto é para igualar as
multas entre Estado e Município. A multa do cinto de segurança fica igualada a
do Estado.
PROC. 1818/95
– PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 83/95, de autoria do Ver. Mário Fraga, que altera a
Lei nº 7632, de 07 de julho de 1995, que estabelece critérios para o uso do
cinto de segurança nas vias terrestres do Município de Porto Alegre. (inclui
multa)
PARECERES:
-
da
CCJ. Relator Ver. João Motta: pela
aprovação do Projeto;
-
da
CEFOR. Relator Ver. Antonio
Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto;
-
da
CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann:
pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n° 83/95. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
PARECERES:
-
da
CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol:
pela aprovação do Projeto;
-
da
CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann:
pela aprovação do Projeto;
-
a
CECE. Relator Ver. Dilamar Machado:
pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n° 100/95. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
PROC. 2105/95 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 107/95, de autoria do Ver. Giovani Gregol, que concede o
título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Odilon Silvio Machado
Ramos.
PARECERES:
-
da
CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia:
pela aprovação do Projeto;
-
da
CECE. Relator Ver. Décio Schauren:
pela aprovação do Projeto.
Obs.:
- para aprovação, voto
favorável de 2/3 dos membros da CMPA – Art. 82, § 2º, IV, da LOM;
- votação nominal nos termos
do Art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- adiada a discussão por
duas Sessões.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 107/95. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) (Após a
chamada.) APROVADO o PLL nº 107/95
por 29 votos SIM.
PROC. 2110/95
– PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 109/95, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que
concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Teresinha
Gisela Irigaray.
PARECERES:
-
da
CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães:
pela aprovação do Projeto;
-
a
CECE. Relator Ver. Dilamar Machado:
pela aprovação do Projeto.
Obs.:
- para aprovação, voto
favorável de dois terços dos membros da CMPA- Art. 82, § 2º, IV, da LOM;
- votação nominal nos termos
do Art. 174, II, do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Paulo Brum, solicitando
tenha o PLL nº 109/95 adiada a sua discussão por duas Sessões.
Em votação o Requerimento.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Apregoamos a Emenda nº 01,
de autoria do Ver. João Dib, ao PLL nº 112/95 diz o seguinte. (Lê.)
"Emenda nº 01
Substitua-se o nome do
homenageado por Professor Joaquim Felizardo.
Sala das Sessões, 08 de
dezembro de 1995.
a) Ver. João
Dib."
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Eu queria dizer aos
companheiros Vereadores que o Ver. João Dib me consultou. Eu estou de acordo,
porque o Professor Felizardo era conhecido como tal. Peço que aprovemos a
Emenda do Ver. João Dib.
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. João Dib, solicitando
seja a Emenda nº 01 ao PLL nº 112/95 dispensada do envio às Comissões.
Em votação o Requerimento.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 2183/94
– PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 112/95. De autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que
denomina Rua Joaquim José Barcelos Felizardo um logradouro público, localizado
no Bairro Espírito Santo.
PARECERES:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Mário Fraga: pela
aprovação do Projeto;
-
da
CECE. Relator Ver. Dilamar Machado:
pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 112/95. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação a Emenda nº 01 ao
PLL nº 112/95. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
PROC. 2178/95 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 41/95, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o prêmio artístico Lupicínio Rodrigues à Fátima Gimenez, cantora e intérprete.
PARECERES:
-
da
CCJ. Relator Ver. Luiz Negrinho:
pela aprovação do Projeto;
-
da
CECE. Relator Ver. Dilamar Machado;
pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PR n° 41/ 95. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1326/94 – PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 25/94, de autoria do Ver. Giovani Gregol, que dispõe
sobre a implantação do Sistema Municipal do Meio Ambiente sobre a política
Municipal do Meio Ambiente, e dá outras providências. Com Substitutivo nº 01 e respectivas Emendas de nºs 01 a 08.
PARECERES:
- da CCJ. Relator Ver. José Gomes: pela rejeição do Projeto. Relator Ver. Elói Guimarães: pela rejeição do Substitutivo;
- da CEFOR. Relator Ver.
Artur Zanella: pela rejeição do Projeto e pela aprovação do Substitutivo nº 01;
- da CUTHAB. Relator Ver.
Pedro Ruas: pela rejeição do Projeto e pela aprovação do Substitutivo nº 01.
Obs.:
- para aprovação, voto favorável da maioria absolutas dos membros da CMPA – Art. 82 § 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM.
- adiada a discussão por uma Sessão;
- discutiram a matéria os Vereadores: A. Zanella, G. Gregol, J. Dib e A. Ferronato.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCL nº 25/94. (Pausa.) O Ver. Artur Zanella está com a
palavra pelo tempo que lhe cede o Ver. Wilton Araújo.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, na Comissão de
Finanças, eu dei o Parecer pela aprovação, apesar de a Comissão de Constituição
e Justiça ter proposto a rejeição do Substitutivo. Vejam bem o tempo em que
se desenrola a discussão deste Projeto que até o Ver. José Gomes, hoje
Deputado, tratando de assuntos da Brigada, lá na Assembléia Legislativa, deu o
Parecer. Não é um processo fácil, é um Processo que tem 8 emendas e, na minha
opinião, se insere na discussão até do Projeto das Funerárias, que começou como
Projeto das Funerárias e terminou como Projeto das Funerárias e dos Cemitérios,
com diversas emendas.
O Ver. Zuanazzi diz que é um
Projeto fácil, que vai ser, provavelmente, aprovado rapidamente. Eu acho que
não, Vereador. Por exemplo: tenho uma emenda que serviu à discussão do Projeto
do Ver. Giovani Gregol, do Ver. Isaac Ainhorn, dizendo que "os serviços
funerários deverão localizar-se a uma distância mínima de 150m de outro seu
congênere". Isso é uma reserva de mercado fantástica! Estou dizendo, Ver.
João Dib, que o Ver. Isaac fala também:... "a 200m de estabelecimentos hospitalares,
casas de saúde, etc., obedecido o Plano de Desenvolvimento Urbano". Como
aquele Projeto que começou como funerária; virou cemitério, ele se inclui - já
disse, Ver. João Dib, e vou repetir - na política municipal de meio ambiente. O
Projeto do Ver. Giovani Gregol deve ser discutido profundamente, incluindo-se,
neste caso, essas questões, a questão do Ver. Clovis Ilgenfritz que está
lutando por um Projeto que não é dele. O projeto do crematório é de 1967. Mas
deve ser incluído, na minha opinião, na discussão da política municipal do meio
ambiente.
O Sr. Milton Zuanazzi: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Estou entendendo a sua colocação, mas o nosso Projeto não começou com funerária
e terminou com cemitério. Começou com os problemas dos serviços funerários em
Porto Alegre e está terminando como tal.
O SR. ARTUR ZANELLA: Infelizmente, Ver. Zuanazzi, não pude discutir o
assunto porque eu era o Relator da Comissão de Finanças, desse processo,
comecei a estudá-lo, saí para atender a um telefonema, levaram o processo e eu
não mais pude vê-lo agora somente com vinte e tantas emendas. Infelizmente, a
Comissão de finanças não viu o Projeto de V. Exa. Temos que discuti-lo, porque
estão aparecendo emendas de todos os lados. Veja, Ver. Pujol, que há uma série
de processos, de projetos, de discussões que se interligam. Então, eu acho que
o Projeto de Lei Complementar, do Ver. Giovani Grego, não é tão simples assim;
deve ser discutido com muita profundidade. Há uma rejeição - repito - da
Comissão de Constituição e Justiça que baliza a nossa atuação. O Ver. Pujol
perguntava, há poucos minutos, se o Executivo não iria vetar o Projeto do Porto
Seco. Veio uma posição oficial de que não vetaria. Eu não tenho a posição
oficial do Executivo de que não vai vetar o Projeto do Ver. Gregol.
Então, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, creio que já discutiram a matéria, Ver. Gregol, João Dib, Airto
Ferronato e este Vereador, mas acredito que tenha que ter uma discussão maior,
porque envolve uma série de elementos que não sei se, a esta hora da tarde,
tenhamos condições de definir, ainda, melhor esta discussão.
Pretendo ouvir os outros
Colegas, porque me assalta uma série de dúvidas, tendo em vista uma coisa tão
abrangente, como é a política municipal de meio ambiente.
O SR. PRESIDENTE: Está inscrito o Ver. Mário Fraga e cede seu tempo a V. Exa. por mais
cinco minutos.
O SR. ARTUR ZANELLA: Agradeço ao Ver. Mário Fraga. Inclusive, Ver. João
Dib, o seu Projeto, que trata da construção em parques municipais deve ser
incluído na discussão desse Projeto. Já disse e repito, vou discutir novamente
o Projeto do Ver. João Dib. Em todo o mundo vi que se constróem em parte dos
parques, para se obter recursos para manutenção do mesmo.
Então, acho, Ver. João Dib,
que o seu Projeto, o Projeto do Ver. Clovis Ilgenfritz que reforça uma lei
aprovada nesta Casa sobre a questão dos crematórios deva ser discutido no
sistema municipal de meio ambiente, sobre a política municipal de meio
ambiente, porque é muito amplo e temos que discutir mais estas questões. Achei
que o Projeto estava maduro, mas não está tão maduro quanto eu pensava. Muito
obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação o Substitutivo nº 01 ao PLCL nº
25/94. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Reginaldo Pujol
solicita verificação de votação.
Em votação. (Após a
chamada.) APROVADO o Substitutivo nº
01 ao PLCL nº 25/94 por 19 votos SIM
e 02 votos NÃO.
Passamos à votação, uma a
uma, das Emendas ao Substitutivo nº 01 ao PLCL nº 25/94. Não há Parecer.
Em votação a Emenda nº 01.
Os Srs. vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 02.
Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 03.
Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 04.
Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 05.
Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA com os votos contrários dos
Vereadores Dilamar Machado e Reginaldo Pujol.
Em votação a Emenda nº 06.
Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 07.
Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA com o voto contrário do Ver.
Dilamar Machado.
Em votação a Emenda nº 08.
Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Aprovado o Substitutivo nº
01 ao PLCL nº 25/94, fica prejudicado o Projeto original.
PROC. 1896/95 – PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 21/95, de autoria da Comissão de Defesa do
Consumidor e Direitos Humanos, que dispõe sobre o serviço funerário no âmbito
do Município de Porto Alegre. Com
Emendas nºs 01 a 13.
PARECER:
- da CCJ. Relator Ver. João
Motta: pela aprovação do Projeto e das Emendas de nºs 01 a 10.
Obs.:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
por força do Art. 81 da LOM;
- adiada a discussão por uma
Sessão.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCL nº 21/95.
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): As últimas Emendas não
foram distribuídas.
O SR. PRESIDENTE: Vamos providenciar as últimas Emendas. O Ver. Edi Morelli está com a palavra
para discutir o PLCL nº 21/95.
O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Projeto da Vera. Maria do Rosário é
muito bom. Nos casos em que entendi que não fechava, apresentei três Emendas.
Digo o Projeto da Vera. Maria do Rosário, porque ela se dedicou de corpo e alma
a esse Projeto, só que não havia necessidade de correr Pauta na Casa com o
título de ser um Projeto da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos
Humanos. Escutando a Rádio Bandeirantes, ontem, ouvi a entrevista da Vera. Maria
do Rosário, quando a repórter falou mais de uma vez que o Projeto das
Funerárias era de autoria da Vereadora que estava sendo entrevistada.
Aqui no Plenário o Ver. João
Dib, ao lado da Vera. Maria do Rosário, disse-me que eu não saísse do Plenário,
por que iríamos votar o Requerimento do Projeto da Vera. Maria do Rosário.
Então, não havia necessidade de esse Projeto correr Pauta em nome da Comissão.
O Ver. Milton Zuanazzi, Presidente da Comissão, olha-me. O Projeto é bom. O que
estranho é que tenha corrido Pauta nesta Casa, neste Plenário, em nome da
Comissão, e a Vera. Maria do Rosário dê entrevista na Rádio como autora do
Projeto. Esse é o único fato que estranho. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Geraldo de Matos Filho): O Ver. Artur Zanella está
com a palavra para discutir o PLCL nº 21/95.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, vou ler algumas
Emendas. Gostaria de saber se a maioria dos Vereadores assimilou essas Emendas,
por exemplo, a Subemenda à Emenda nº 21. (Lê.) Emenda nº 20. (Lê.)
O Presidente quando falou,
disse: "Subemenda nº tal, à Emenda nº 21." Estou sabendo agora que
foi retirada. Estou falando que o Presidente, quando apregoou o Projeto, ele
não falou em retirada nenhuma.
O SR. LUIZ BRAZ: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) A Subemenda à
Emenda nº 21 foi retirada.
O SR. ARTUR ZANELLA: Estou perguntando se todos os Vereadores estão
conscientes do que está escrito nas Emendas.
A Emenda nº 15 diz: (Lê.)
A Emenda nº 17 diz: (Lê.)
Onde está escrito? A
Comissão de Justiça diz que é inconstitucional alguma coisa? Alguém estudou ou
concorda com a Emenda nº 21, do Ver. Isaac Ainhorn? Ela diz o seguinte: (Lê.)
Em primeiro lugar, qual a
funerária que vai ficar, se as outras têm que localizar-se a uma distância
mínima de 150 metros?
Em segundo lugar, as
funerárias vão se localizar onde? Perto de hospitais? As pessoas falecem é
exatamente ali. Ninguém instala uma funerária perto da Cervejaria Berlim!
Normalmente, se instala perto dos cemitérios.
Estou citando esse exemplo
ao Vereador, porque creio que não é tão fácil assim esse Projeto. Há Emendas
que ninguém leu. Eu estou lendo, estou tentando examinar que Emenda é essa.
Depois que eu estudo a Emenda, dizem que ela foi retirada! (Aparte anti-regimental.)
Não foi o que o Presidente disse. Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não
é fácil esse Projeto. Eu só usei a sua Emenda, Ver. Isaac Ainhorn, como
exemplo, pois V. Exa. já havia me falado que iria mexer na sua Emenda.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Eu quero cumprimentar V. Exa. pelo estudo que fez, que a meu ver,
colabora com essa discussão e o encaminhamento da matéria. Eu acho que V. Exa.
coloca bem e tem um problema que V. Exa. alertou que eu acho que está correto
que é a questão de 150m de uma funerária da outra. Eu acho que é uma questão
que não é relevante porque onde funciona bem uma, às vezes funciona bem uma ao
lado. Eu acho até que é uma questão correta. Quando eu falo em 200m das casas
de saúde e hospitais, estou preocupado com aquilo que foi o fulcro da questão
sustentada pela Comissão Especial que é a questão daqueles abusos praticados
por estabelecimentos funerários que operam e atuam junto a pronto socorro, a
casas de saúde e estabelecimentos hospitalares. Aí, começa a haver todo um
conjunto de desdobramento porque uma casa de saúde, um hospital busca a vida e
não a morte.
O SR. ARTUR ZANELLA: Eu diria que a Prefeitura Municipal não consegue nem
cumprir a legislação existente que proíbe, por exemplo, que as casas funerárias
exponham as suas urnas funerárias na porta. Já mandei para a Prefeitura Pedidos
de Providências, Pedidos de Informações indicando o endereço das lojas, onde
estão, que tipo de ataúde, faz 1 mês ou 2 que não consigo que eles descubram
uma funerária na Rua da Azenha e uma funerária na Rua Carlos Barbosa. Nem para
cumprir a legislação, a Prefeitura consegue assimilar as coisas. Eu ia
apresentar um Requerimento adiando por uma Sessão a discussão e votação deste
Projeto. Eu acho que tem emendas demais, não para o meu gosto, mas para o gosto
desta Casa e emendas que são absolutamente incongruentes e algumas até, para
mim, incompreensíveis. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Milton Zuanazzi está com a palavra para discutir o PLCL nº
21/95.
O SR. MILTON ZUANAZZI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a nossa Casa é um
pouco estranha em certos aspectos. Eu até duvido que exista outro projeto nesta
Casa que tenha sido discutido tanto quanto esse. Aliás, tem um fato inédito, é
feito por uma Comissão. Eu não entendi o pronunciamento do Ver. Edi Morelli.
Nós fizemos em Comissão e ele assinou. É assinado pelos cinco membros da
CEDECOM. A Vera. Maria do Rosário foi a Relatora e como Relatora foi quem escreveu
o texto. Mas, foi amplamente discutido.
Eu concordo com o Ver.
Zanella. Aparentemente parece que as coisas são confusas, mas, para
tranqüilizar o Ver. Zanella, se é que tenho esta capacidade, quero dizer que,
em primeiro lugar, há várias Emendas que prejudicam outras. No mínimo cinco ou
seis Emendas ficarão totalmente prejudicadas quando formos votar os Destaques.
Com os Destaques diminui sensivelmente o número de Emendas.
Em segundo lugar, há Emendas
de ordem estritamente redacional, quatro ou cinco delas simplesmente mudam
"serviços funerários" por "empresas funerárias". Nós
queríamos nos referir a funerárias quando falamos de serviço funerário. É
hospital, transporte, é tudo. Ali eram artigos exclusivos às funerárias; em terceiro
lugar, a Emenda nº 20 já foi retirada.
O grande problema das
funerárias em Porto Alegre é o da falta de fiscalização porque não tem um órgão
único que fiscalize. O mérito do nosso Projeto é a autorização para o Executivo
criar um órgão coletivo, de sete entidades, que vão coordenar isso. O problema
é que uma coisa é fiscalizada pela SMAM, outro pela SMIC, outro por não sei
quem, outro não tem fiscalização alguma. Essa questão de estar em frente aos
hospitais, não adianta nada. Por isso vamos pedir que se vote contra a Emenda
do Ver. Edi Morelli, a de nº 13, porque quer deixar as coisas como estão, o
chamado direito adquirido. Ora, o direito adquirido é o que bagunça tudo,
porque as outras funerárias ao não poderem estar em frente ao pronto socorro
mandam as pessoas para dentro do pronto socorro. Por isso estamos dando um ano
de prazo. No art. 7 está determinado que elas têm exatamente um ano para saírem
da frente dos hospitais.
A Emenda do Ver. Isaac vem
colaborar. Nós, inicialmente, colocamos 500 metros; o Ver. Isaac puxa para 200
metros, tudo bem! Porque a 200 metros não está se enxergando funerária nenhuma.
Mais: nesta lei estamos determinando, e essa é uma exigência do Ministério
Público, que cada hospital tenha um quadro com todas as funerárias, não tem que
ter agente funerário dentro do hospital. É isso que tem que acabar! É esse
horror que o cidadão de Porto Alegre vive. Tem que ter no hospital a lista das
funerárias regularizadas em Porto Alegre, para o cidadão escolher a que ele
quiser. Mais: não pode o agente funerário bater na casa do cidadão e dizer que
morreu o Fulano de Tal, tem que ser o Assistente Social do hospital, exigências
que a atual legislação não tem.
Conseguimos, por incrível
que pareça, o consenso de todos neste Projeto, estão consensuais as funerárias,
os cemitérios - e por isso certas emendas entraram ontem, não tínhamos ouvido
os cemitérios oficialmente -, e tínhamos colocado os cemitérios como órgãos
fiscalizadores importantes; ou seja: não pode sepultar quem não for
regularizado em Porto Alegre. Por isso falamos inconstitucional, o cemitério
não pode sepultar aquela funerária não regular, isso é a forma ideal, resolvia
o problema: funerária picareta ou que veio não sei de onde, não pode! Isso é
inconstitucional porque o cemitério não pode se negar a sepultar. Se tiver o
Atestado de Óbito, é lei, o cemitério tem que sepultar. Tivemos que fazer 5
Emendas em função deste artigo, por isso V. Exas. verão várias emendas
suprimindo do art. 13 tais e tais itens, porque eram inconstitucionais.
Quero dizer que este Projeto
foi trabalhado 6 meses, ouvindo todos, a necessidade de pedir o art. 81 é
porque Porto Alegre - foi pedido pela Comissão coletivamente - não agüenta mais
conviver com essa bagunça. Aliás, das capitais é uma das poucas que continua
essa bagunça em termos de serviços funerários. Curitiba, Belo Horizonte, São
Paulo, todas já resolveram. Aqui continua essa bagunça que ninguém entende; se
agachando, se atacando dentro do IML e do Pronto Socorro e dos hospitais
públicos. Acaba que os hospitais fazem convênio com uma funerária para que só
ela tenha direito a trabalhar. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra para discutir o PLCL nº
21/95.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, continuo a
discussão a partir da fala do Ver. Milton Zuanazzi. Provavelmente estamos
inaugurando nesta Câmara uma nova prática política, a do trabalho conjunto e da
produção conjunta de soluções que são importantes para problemas sérios da
nossa Cidade. Por isso, assumimos a tarefa da relatoria, dentro da Comissão de
Direitos Humanos, não uma Comissão Especial, não uma CPI, estudando a matéria,
e fizemos uma proposição, da qual foi estudado, analisado, item por item,
artigo por artigo, e aprovada por unanimidade. Naquele momento somente estava
em licença o Ver. Giovani Gregol, mas ele participou de todo o processo com
suas contribuições.
Esse Projeto nasce da
denúncia do cidadão de Porto Alegre, do desespero da Cidade de Porto Alegre,
daquele que bateu às portas da Comissão de Direitos Humanos e disse que estava
sendo lesado dentro dos hospitais, num momento de dificuldade, de perda de um
familiar; estavam sendo cobrados preços exorbitantes pelos serviços funerários,
até este momento, ele não tem direito de escolher a empresa que vai fazer o
serviço funerário para aquele familiar; muitas vezes, chegando à casa de saúde,
ao hospital, não tem o direito de contato com o corpo do familiar, porque o
encaminhamento já foi feito à revelia, a disposição, o anúncio daquela morte
foi feito especialmente pela agência funerária e não pelo hospital.
Junto com o Processo está o
relatório do nosso trabalho. Durante muitos meses, ouvimos funerárias,
cemitérios - concluímos o trabalho com cemitérios no dia de ontem -
estabelecimentos hospitalares, mas especialmente com os cidadãos que se
sentiram lesados e que tiveram na Comissão de Direitos Humanos um espaço para
fazerem suas denúncias.
E fizemos um Projeto que é
articulado por todos esses setores, mas que também ouviu a Secretaria Municipal
da Saúde, a Secretaria Municipal da Indústria e Comércio, a Secretaria
Municipal de Meio Ambiente, que é a responsável pela fiscalização dos
cemitérios da nossa Cidade, e que ouviu todas as pontas do sistema. Isso para buscar
construir um sistema que não existe em Porto Alegre. A nossa legislação é
pequena, frágil, para o conjunto de problemas que temos nessa situação de
serviços funerários em Porto Alegre. E o princípio básico dessa legislação é o
que propõe a Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, e que
estranhamente eu vejo o Ver. Edi Morelli fazer emendas contraditórias com
aquilo que a Comissão trabalhou e dizer que não sabe por que esse Projeto está
sendo apresentado pela Comissão. Eu não entendi a fala do Ver. Edi Morelli.
Vejam V. Exas., a essência
do trabalho da Comissão de Direitos Humanos é tratar a questão do serviço
funerário como essencial na nossa Cidade. Não uma relação meramente comercial,
mas uma relação que, além de comercial tem que ser fiscalizada pela SMIC,
precisa ser abordada do ponto de vista humano, pois a perda de uma pessoa da
família ou de um amigo, para qualquer cidadão da nossa Cidade, é uma perda,
acima de tudo, situada do ponto de vista humano e que precisa o poder público
se mobilizar e ter uma proposta clara e objetiva de proteção desse cidadão sob
o aspecto dos direitos humanos.
A nossa proposição foi
absolutamente costurada. Os Vereadores Milton Zuanazzi, Giovani Gregol,
Pirulito - hoje substituindo a Vera. Helena Bonumá -, todos trabalhamos para
chegarmos a um consenso. E todas as emendas trazem contribuições para que nós
consigamos aprovar esse Projeto e apresentarmos à Cidade de Porto Alegre uma
proposição que é nada mais nada menos do que ela busca, em termos de solução imediata,
para os problemas que está vivendo nos hospitais em relação às funerárias e em
relação aos cemitérios da nossa Cidade.
A discordância que esta
Vereadora tem é com a Emenda do Ver. Edi Morelli, que retira a obrigatoriedade
das empresas funerárias renovarem os seus alvarás anualmente. Vejam que essa
necessidade da renovação anual do alvará, pelo estabelecimento funerário, é o
que garante a possibilidade de fiscalização do Poder Público que não se fará
somente a partir do Poder Público, mas por uma comissão onde todas as pontas
desse sistema que estamos constituindo deverão participar.
Eu acredito na aprovação
desse processo, ainda nesse período legislativo, antes do final do ano, porque
é essa a vontade do povo de Porto Alegre. As pressões são grandes, mas a maior
pressão, a que deve pautar cada um de nós, é a vontade da população. Muito
obrigada.
(Não revisto
pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, colocamos em votação a prorrogação da Sessão por mais
duas horas. Visivelmente não há quórum.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o art. 88,
do nosso Regimento diz em seu Parágrafo único: (Lê.) "A iniciativa das
leis..." Eu não estou vendo no Parágrafo único, Comissão poder apresentar
Projeto. Eu gostaria de que, na próxima Sessão, a Presidência nos desse uma
posição sobre esse assunto.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): A Comissão teve essa
cautela, nós buscamos essas informações. A Comissão de Direitos Humanos
procurou ter essa cautela e teve o assentimento da Auditoria na sua indicação
de Projeto de Lei.
O SR. PRESIDENTE: Nós agradecemos a manifestação da Vera. Maria do Rosário. Informamos
ao Ver. Artur Zanella que o art. 35 do Regimento, inciso XIII diz: (Lê.)
"Elaborar proposições de interesse público solicitadas pela comunidade ou
decorrentes de indicação da Câmara."
Estão encerrados os
trabalhos.
(Encerra-se a
Sessão às 13h17min.)
* * * * *